Mercado está atento a uma possível compra do grão americano por empresas estatais chinesas e ao tamanho das perdas na safra brasileira
Empresas estatais chinesas estariam dispostas a fazer grandes compras de soja dos EUA. Se essa informação se confirmar, deve trazer novo fôlego para a Bolsa de Chicago, que voltou a trabalhar acima da linha de US$ 9 por bushel. As possíveis perdas na atual safra brasileira também devem influenciar no preço do grão durante a semana.
Confira estas e outras dicas produzidas pelo analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras & Mercado:
- O mercado permanece com as atenções voltadas para os novos capítulos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Paralelamente, sinais de demanda pela soja norte-americana deverão chamar a atenção, assim como os problemas climáticos que afetam a safra brasileira
- Após o presidente norte-americano indicar, nos últimos dias de 2018, que as negociações entre EUA e China estariam avançando, o mercado voltou a ficar otimista. Nesta semana, representantes do governo chinês confirmaram que uma nova rodada de negociações entre os países foi marcada para a próxima semana, em Pequim
- Paralelamente, notícias indicam que empresas estatais chinesas estão prestes a fechar novos carregamentos de soja dos EUA, que devem ser anunciados nos próximos dias. Todos esses fatores trazem novo fôlego para Chicago, que voltou a trabalhar acima da linha de US$ 9,00 por bushel. É importante que essas supostas compras sejam anunciadas o quanto antes para que o suporte permaneça e não haja espaço para especulações negativas
- No lado da oferta, os problemas climáticos na safra brasileira começam a ganhar destaque. Ainda é cedo para uma definição sobre o tamanho da safra brasileira, mas o fato é que há perdas importantes de produtividade nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Tais problemas, somados a outros menores e regionalizados, colocam em risco 10% da produção potencial do país. Apenas o avanço da colheita, a partir da segunda quinzena de janeiro, deverá trazer uma maior clareza quanto às perdas;
- É importante salientar que nada está definido. O clima pelos próximos 100 dias continua sendo fundamental para as lavouras semeadas tardiamente nos estados da faixa central e para as lavouras das regiões Sul, Norte e Nordeste, que estão no meio do desenvolvimento. Se o clima ajudar, pode haver compensação de parte das perdas esperadas. A atenção permanece redobrada sobre panorama climático brasileiro.