Apesar de considerar que ainda é cedo para uma definição sobre o tamanho da safra de soja do Brasil, os problemas climáticos que atrasaram o plantio podem ter diminuído um pouco o potencial da temporada 2020/2021, diz a consultoria Safras & Mercado. Vale lembrar que, na última quinta-feira (10), a Companhia Nacional de Abastecimento também revisou a safra para baixo.
A área plantada com a soja nesta temporada superou os 38,4 milhões de hectares, que representa uma alta de quase 3% ante as 37,3 milhões de hectares de 2019/2020.
Em relação a produtividade média do país, a consultoria acredita que os produtores podem colher até 57,7 sacas por hectare, contra as 56,3 sacas da média da safra anterior.
Com o aumento da área e da produtividade, aliado a recuperação do Rio Grande do Sul que teve forte quebra na safra passada, a nova expectativa é que o país produza 132,4 milhões de toneladas de soja, alta de 5,5% ante as 125,6 milhões de toneladas de 2019/2020.
O analista, Luiz Fernando Gutierrez, alerta que foram feitos ajustes negativos pontuais em produtividades médias esperadas para alguns estados produtores do Centro-Oeste, Sudeste e parte do Sul.
“Embora ainda seja cedo para definições, o clima irregular registrado desde setembro na maior parte do país trouxe alguns problemas regionalizados, principalmente nos estados da faixa central”, afirma o analista.
No relatório de novembro a consultoria Safras & Mercado esperava que a safra tinha potencial para atingir um total de 133,5 milhões de toneladas.
“Ainda não podemos falar em grandes perdas produtivas no país, mas precisamos de regularidade climática nos próximos meses para que as condições da safra não piorem. Mesmo com os ajustes negativos atuais, ainda deveremos colher uma nova safra recorde”, diz Gutierrez.
Quem teve a projeção reduzida
O maior corte de produção, ante o relatório anterior, ocorreu em Mato Grosso, que tinha a perspectiva de produzir 35,530 milhões de toneladas em novembro e agora deve chegar a 35,050 milhões de toneladas segundo dados de dezembro. Esse total ainda representa uma queda de 1,2% ante as 35,486 milhões de toneladas de 2019/2020.
Goiás teve sua projeção de dezembro reduzida ante o mês anterior, passando de 13,594 milhões de toneladas, para 13,141 milhões de toneladas (dezembro). Esse total representa um recuo de 3,3% ante as 13,584 milhões de toneladas produzidas na safra passada.
Mato Grosso do Sul completa o quadro do Centro-Oeste. Por lá, a nova estimativa aponta para uma produção de 11,447 milhões de toneladas, em novembro a expectativa era chegar a 11,642 milhões de hectares. O estado é o único da região a ter um aumento na produção ante 2019, já que a produção daquele ano foi de 11,252 (1,7% de aumento).
Por fim, Santa Catarina também teve sua projeção reduzida. Agora em dezembro a projeção indica colheita de 2,642 milhões de toneladas de soja, pouco inferior que os 2,687 milhões de toneladas de novembro. Na safra passada o estado colheu 2,297 milhões de toneladas.
Quem teve a projeção elevada
A Bahia teve sua projeção elevada em dezembro, chegando a 5,982 milhões de toneladas, ante as 5,683 de novembro. Em 2019/2020 a produção foi de 5,319 milhões de toneladas de soja.
Por fim, aparece Minas Gerais que agora deve produzir 6,519 milhões de toneladas, contra as 6,391 milhões de toneladas de novembro. A produção de 20/21 deve ser 1,8% menor que as 6,638 milhões de toneladas de 19/20.
Os demais estados não tiveram suas projeções alteradas.