O óleo de soja in bruto chegou a registrar recuo de preços, com uma queda de 1,25% em junho, após avanço de 5,14% em maio. O preço do farelo de soja desacelerou de 12,64% em maio para 9,53% em junho.
– Nos últimos meses, a soja subiu absurdamente e ela ainda responde por parte expressiva do IPA hoje, dentro de seus derivados. Ela é cotada no mercado internacional, e se a nossa moeda é desvalorizada, fica mais cara para nós. Mas o preço está caindo no mercado internacional. A alta do dólar é compensada pela queda do preço. Então o efeito está diminuindo no IGP – apontou André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
A desaceleração está em curso também no complexo soja. A variação do grão e produtos derivados no IPA-10 foi de 10,71% em abril; caiu para 9,94% em maio; e agora chegou a 4,83% em junho.
– Se o complexo soja tivesse tido variação 0%, o IPA-10 teria sido de 0,38% – calculou Braz. Em junho, o IPA-10 teve alta de 0,73%, após uma taxa de 1,21% em maio.
A valorização do dólar frente ao real também impediu que a alta nos preços dos produtos industriais desacelerassem com mais força no IPA-10 de junho. Os produtos agropecuários reduziram o aumento de preços de 0,90% no IPA-10 de maio para 0,33% no IPA-10 de junho. Já os produtos industriais passaram de uma alta de 1,32% para 0,87% no período.
– O lado mais lento da desaceleração é onde o câmbio atua mais fortemente. Por isso, a desaceleração em agropecuários é nítida e em produtos industriais, mais gradativa – explicou André Braz.
A FGV calcula que a alta média no câmbio em junho foi de 6,05%, contra 4,34% de maio.