Produtos são importantes na economia da região, mas há também o desafio das pragas e doenças em comum. Além disso, a infraestrutura é outro grande problema
Roberta Silveira | Luís Eduardo Magalhães (BA)
Soja e algodão são os principais produtos agrícolas do oeste da Bahia. Além de compartilhar as terras do Cerrado, as duas culturas enfrentam problemas comuns, como as pragas e a falta de estrutura viária para o escoamento da safra.
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O plantio do algodão no Cerrado da Bahia acontece em dezembro. São aproximadamente 290 mil hectares na região, cerca de 5% a menos que na safra 2013/2014. O produtor Roni Reimann ainda tem estoque da última colheita e diz que há excesso de oferta de algodão.
– Está difícil, a demanda está fraca. O preço internacional também está baixo, não conseguimos exportar – lamenta Reimann.
O algodão recém-semeado já está germinando de um lado. Do outro lado da fazenda, a soja já está mais desenvolvida. No oeste baiano, é comum encontramos propriedades em que se produzem os dois. Além de compartilhar o solo da região, também possuem pragas em comum, o que exige atenção redobrada dos produtores.
– As lagartas: helicoverpa, falsa medideira, spodoptera e, também, a mosca branca são pragas em comum. Há a ponte verde, porque a praga migra de uma cultura para outra – explica o gerente técnico da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) Leonardo Tarcísio Pereira Fonseca.
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Reimann cultiva plantas convencionais em quase metade da área de soja e algodão. Para produzir variedades que não têm a tecnologia Bt, que tem resistência às lagartas, ele investe no manejo. A armadilha para mariposas serve para monitorar a presença de lagartas. O sojicultor pratica o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
– Usamos inseticidas biológicos, como vírus, bacilos e evitando ao máximo o ataque às pragas benéficas. Buscamos fazer cobertura de solo, melhorar a matéria orgânica, enfim, proporcionar mais vida ao sistema – orienta Roni Reimann.
Na região, o cultivo da soja e do algodão tem outros obstáculos além das pragas e até o clima. Para chegar às áreas de produção, nossa equipe enfrentou lama e buracos da rodovia BA-462, em Luís Eduardo Magalhães. É difícil imaginar que nesta rodovia estadual em péssima condição é transportada parta da produção agrícola da Bahia. Até onde o asfaltou chegou, também há reclamação.
– Tem o anel da soja, que já faz 18 anos que foi feito e nunca recebeu recapeamento. Tem 100 km que estão intransitáveis. Nós temos outro trajeto de 90 km no município de Formosa do Rio Preto, que nunca mais recebeu recapeamento, depois de 25 anos – reclama o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja-BA), Vanir Kolln.
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