Grão contribuiu com acréscimo de 22,4% no valor de produção comparado a 2013
O valor da produção agrícola brasileira chegou a R$ 251,2 bilhões em 2014, 8,1% a mais do que em 2013, informa o boletim Produção Agrícola Municipal (PAM) de Culturas Temporárias e Permanentes 2014, divulgado nesta quinta, dia 5, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais culturas responsáveis pelo aumento foram a soja, com acréscimo de 22,4% no valor de produção comparado a 2013, o café arábica (22,6%) e o algodão herbáceo (17,4%).
A soja teve recorde de 86,8 milhões de toneladas em 2014, 5 milhões a mais do que no ano anterior, com crescimento da produção nacional de 6,2% e rendimento médio de 2.866 quilos por hectare (kg/ha), 2,1% menor que o da safra anterior. Também apresentaram aumento de produção a mandioca (1,8 milhão de toneladas), o algodão herbáceo (820 mil) e o trigo (523,4 mil), entre outros produtos.
Foram cultivados 76,2 milhões de hectares no país, 3,8 milhões a mais que em 2013, reflexo da expansão da soja, que teve aumento de área cultivada de 2,4 milhões de hectares. De acordo com a pesquisa, os bons resultados da soja devem-se aos bons preços praticados no mercado.
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Segundo o IBGE, das 64 culturas analisadas, 25 tiveram redução da produção, comparadas a 2013, com destaque para a cana-de-açúcar, mais presente em São Paulo (54,4%), devido à estiagem em 2014. Essa queda causou redução de 4% na produção nacional, menos 31 milhões de toneladas.
Três culturas concentraram 62,7% do valor total da produção, sendo a soja a de maior participação (33,6%), seguida da cana-de-açúcar (16,8%) e do milho em grão (10,3%). As lavouras temporárias tiveram participação de 83,2% na produção agrícola de 2014 e as permanentes, de 16,8%. A região Sudeste tem maior participação nas culturas permanentes (9,7%), e a região Sul detém 26,3% das culturas temporárias.
O valor total da produção das 22 espécies de frutas investigadas cresceu 9,3% em relação a 2013, totalizando R$ 25,4 bilhões. A banana, com participação de 21,8% no total das frutas, e a laranja, com 21,7%, foram as espécies com maior valor da produção nacional. Petrolina (PE) continua em primeiro lugar no valor da produção de frutas, com R$ 470,3 milhões, apesar da redução de 48,8% em relação a 2013, devido à queda do preço médio da uva, sua principal cultura. O município conta também com produções de manga, goiaba, banana e coco-da-Bahia.
O Sul respondeu por 28,5% do valor total da produção agrícola do ano passado, com valor de R$ 71,5 bilhões), seguido do Sudeste (27,5% e R$ 69,2 bilhões), Centro-Oeste (25,5% e R$ 64,2 bilhões), Nordeste (13,3% e R$ 33,3 bilhões) e do Norte (5,2% e R$ 13 bilhões). Em comparação com 2013, houve aumento de 19,5% na Região Nordeste, 11,7% na Região Norte, 12,4% no Centro-Oeste, 4,2% no Sul e 3,1% no Sudeste.
O estudo mostra também que São Paulo continua sendo o estado que mantém o maior valor da produção, mas perdeu participação entre 2013 e 2014 (de 16% do total, para 14,8%), devido principalmente às altas temperaturas e baixas precipitações, com destaque para a cana-de-açúcar. A produção de São Paulo alcançou valor de R$37,2 bilhões.
Na segunda posição, Mato Grosso representou 13,5% do total do valor da produção agrícola brasileira, seguido do Paraná (12,9%), Rio Grande do Sul (12,2%) e de Minas Gerais (10,3%).
Entre os 50 municípios com maiores valores de produção agrícola, a soja era o principal produto em 41 no ano passado. Em Sorriso (MT), a participação da soja atingiu 74,9% de toda a produção agrícola da cidade. O município de São Desidério, na Bahia, lidera o ranking nacional do valor da produção de 2014, cujo principal produto é o algodão herbáceo (53,4%).
No ano passado, foi registrada safra recorde de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos), totalizando 194,6 milhões de toneladas e superando em 3,5% a obtida em 2013 (188,1 milhões de toneladas). O valor da produção atingiu o mais alto patamar: R$ 136,7 bilhões. A área plantada foi 57,4 milhões de hectares (6,9% maior) e a área colhida foi 56,7 milhões de hectares (7,5% maior).
Com informações da Agência Brasil.