? Até meados de julho esperávamos um desempenho estável em relação ao ano passado. Agora, esperamos aumento da demanda de defensivos para o milho e a soja ? afirma Daher.
Outro fator que deve sustentar a expansão do uso de tecnologia este ano é a boa disponibilidade de recursos para financiar a safra.
? Historicamente, em anos eleitorais a oferta de crédito melhora ? acrescentou.
A mesma avaliação foi feita pelo presidente para América Latina da multinacional Nufarm Indústria Química, Valdemar Fischer. Ambos participaram nesta segunda, dia 23, do Seminário Crop World, em São Paulo, que discute novas estratégias do setor de fertilizantes e defensivos na América do Sul.
Durante sua palestra no evento, Daher também falou sobre os desafios para a agroindústria brasileira.
? A deficiência logística é nosso pior problema. Já falamos isso há 10 anos e nada mudou ? afirma Daher.
Ele lembrou que o porto de Santos não é dragado há 18 anos e hoje é o 52º em eficiência no mundo.
? Um navio Panamax, com capacidade de 50 a 60 mil toneladas, precisa esperar a maré subir para poder ser carregado completamente ? afirma.
Para mostrar a defasagem do país, ele compara a situação do terminal a outros portos, como em Xangai, que já opera com navios Chinamax, com capacidade para 300 a 320 mil toneladas.
Outro ponto destacado por ele em sua palestra foi a deficiência em armazenagem no país. A capacidade de estocar produtos dentro das propriedades é de 14% no Brasil, muito inferior aos 40% da Argentina, 65% dos Estados Unidos e 85% do Canadá.
? Nestes países é possível armazenar a safra e esperar o melhor momento para negociar. No Brasil, fomos mais criativos: criamos armazéns sobre rodas. O grão é colhido e escoado imediatamente para os portos, onde os caminhões ficam parados até que os navios sejam carregados. Este cenário precisa melhorar ? afirmou.