EXPECTATIVAS

Soja: negócios, projeção de safra e preços futuros agitam mercado

Comercialização da safra 2022/23 de soja do Brasil envolve 75,6% da produção estimada. Em igual período do ano passado, estava em 79,9%

Após um mês de julho marcado pela melhora no ritmo dos negócios, o mercado brasileiro de soja tem apresentado comercialização mais pausada em agosto.

A mudança de patamar nos contratos na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fez o produtor adotar
uma postura mais cautelosa, aproveitando os repiques para negociar.

Em função do clima seco nos Estados Unidos, o bushel em Chicago chegou a superar a casa de US$ 14,20 na posição novembro no mês passado, favorecendo os negócios também no Brasil. No entanto, em agosto, com o clima melhorando, a posição chegou a ficar abaixo de US$ 13,00.

Nível de comercialização

A comercialização da safra 2022/23 de soja do Brasil envolve 75,6% da produção estimada, conforme relatório de Safras & Mercado, com dados recolhidos até 7 de agosto. No relatório anterior, com reportes de 7 de julho, o número era de 66,1%.

Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 79,9% e a média de cinco anos para o período é de 83,8%. Assim, levando-se em conta uma safra estimada em 156,152 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 118,105 milhões de toneladas.

Negociação antecipada de soja

Quanto à safra futura. considerando produção de 163,254 milhões de toneladas, Safras projeta uma comercialização antecipada de 13,9%, envolvendo 22,715 milhões de toneladas.

Em igual período do ano passado, essa negociação era de 17,3% e a média para o período é de 23,5%.

Produção na Argentina

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Foto: Montagem Canal Rural

Os primeiros sinais são de recuperação na produção argentina, após as perdas catastróficas provocadas pela seca na safra passada.

A semeadura de soja na Argentina está prevista para aumentar no ano comercial 2023/24, após nove safras consecutivas de declínio. De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosario, a intenção de plantio é de 17 milhões de hectares.

O aumento representaria um acréscimo de um milhão de hectares, ou seja, 6,2% a mais do que na
safra 2022/23.

Sob um cenário de clima normal, a instituição projeta que o país pode produzir 48 milhões de toneladas da oleaginosa.