A falta de chuvas que afeta o Rio Grande do Sul nesta safra e, já gera expectativa de grandes perdas na soja, estava dificultando o alastramento da pior doença da cultura: a ferrugem asiática. Pois, nas últimas semanas até choveu um pouco por lá, mas ao invés de recuperar as lavouras sofridas, a umidade ajudou a proliferar o problema.
A prova é que nos últimos dois dias (4 e 5 de fevereiro) o estado reportou o surgimento de 5 focos da doença, dos 9 que possui até agora. Ou seja, mais da metade! Os outros quatro, foram encontrados em dezembro (1) e janeiro (3). Os dados são do Consórcio Antiferrugem.
O que chama a atenção e preocupa é que os registros recentes da doença apareceram em grandes municípios produtores como Júlio Castilhos, Passo Fundo, Erechim, Lavras do Sul e Palmeira das Missões, que juntos plantam a soja em mais de 250 mil hectares no estado.
“O Rio Grande do Sul que, normalmente, apresenta muitos focos de ferrugem durante a safra, com a seca, ainda não é um dos estados com mais casos. Com o retorno das chuvas é preciso redobrar a atenção com o monitoramento, para evitar que a doença se prolifere mais”, diz a pesquisadora da Embrapa Soja, Claudine Seixas, uma das responsáveis pelo gerenciamento do consórcio.
Os esporos da doença já foram encontrados em outros 8 municípios do estado: Tupanciretã, Soledade, Sarandi, Marau, Ijuí, Getúlio Vargas, Ernestina e Cruz Alta. Juntos estes municípios somam quase 400 mil hectares com soja.