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Soja: Paraná já registra 41 casos de ferrugem asiática nesta temporada

Estado lidera número de registros da doença nesta safra, quase a metade das 91 ocorrências de todo o Brasil. Produtores do estado estão fazendo até 4 aplicações de fungicidas para combater o problema

André Anelli, de Brasília (DF)
O Consórcio Antiferrugem confirmou o 41º caso de ferrugem asiática no Paraná, onde a incidência tem predominado na região sudoeste. O número é considerado alto para este início de dezembro e foi provocado pela antecipação do aparecimento da doença no estado: 30 dias mais cedo nesta safra, em relação à anterior. Até o momento, o Paraná lidera o ranking da ferrugem da soja, seguido de longe por Rio Grande do Sul (25) e Santa Catarina (7). Ao todo são 91 casos no país.

Para o pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Moreira Soares, a proliferação mais rápida da ferrugem foi provocada por uma combinação de fatores. O vazio sanitário passou a terminar dia 10 de setembro, antes era 15. “Isso possibilitou que o agricultor plantasse mais cedo, um pouco, e consequentemente as plantas suscetíveis já estavam disponíveis antes. Mas as condições de clima no início da safra, com chuvas constantes e regulares, também possibilitaram essas infecções”. O nascimento involuntário de plantas, no período de vazio sanitário, também é apontado como outro fator que contribuiu para a ferrugem na região, já que os vegetais servem de hospedeiros do fungo.

Como tentativa de controle da doença, produtores rurais paranaenses tem feito até quatro aplicações de fungicidas, em associação com multissítios. Isso melhora a eficiência da aplicação e ajuda a diminuir o risco de resistência aos fungicidas, então tem sido recomendado, principalmente depois que a doença já apareceu na lavoura”, diz o pesquisador.

Quando não tratada, a ferrugem provoca queda das folhas, comprometendo o desenvolvimento dos grãos. Em casos extremos, a desfolha inviabiliza até mesmo as vagens, o que provoca perda total da produção. Nos primeiros quinze anos após a chegada da ferrugem no Brasil, na safra 2001/2002, mais de US$ 25 bilhões em prejuízo foram contabilizados, pela incidência da praga.

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