Produtor da oleaginosa optou por técnica mais invasiva, pois necessitava fazer calagem para corrigir a acidez do solo
André Anelli, de Assis (SP)
No sul de São Paulo, produtores relatam o surgimento de plantas invasoras na lavoura. Mas o caso não é tão simples assim, o problema ocorreu por conta do plantio convencional e uso de calagem. Entenda abaixo o que aconteceu!
Antes de iniciar o plantio da soja o produtor José Fernandes, que também é vice-presidente Aprosoja-SP, resolveu fazer uma análise se solo. Os resultados mostraram um aumento na acidez do solo, que poderia comprometer a produtividade de soja.
Para corrigir o problema, foram aplicadas em média duas toneladas de calcário por hectare. “Nós sempre fazemos essa análise de solo, há cada três ou quatro anos. Mas para fazer isso temos que optar pelo plantio convencional”, diz Fernandes.
O plantio convencional, ou seja, o preparo primário do solo consiste na operação mais grosseira, realizada com arados ou grades pesadas, que visa afrouxar o solo, sendo utilizada também para incorporação de corretivos, de fertilizantes, de resíduos vegetais e de plantas daninhas, ou para a descompactação superficial, diz a Embrapa.
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O problema deste método de plantio é a proliferação de plantas invasoras, como capim amargoso e buva, além do milho que permaneceu parcialmente após a última colheita. De acordo com o engenheiro agrônomo Francisco Antunes Ribeiro, o veranico que tem atingido o sul de São Paulo impede a aplicação de herbicidas para combater as pragas.
“Aqui, por causa da umidade do solo, ainda não estão aplicando o herbicidas. Aqui não é só o roundup que tem que aplicar. tem outras moléculas pra pegar a buva e o capim amargoso. Agora eu não posso aplicar herbicida, pra não jogar produto fora. Tem que esperar”, diz Ribeiro.
As plantas invasoras tem sido um problema em toda região, mas nas propriedades que plantaram na palhada, a intensidade é menor. A técnica também diminuiu a perda de água do solo, tornando as plantas mais resistentes ao estresse hídrico. mas mesmo onde não foi feito o plantio direto, o produtor tem expectativa de boa produtividade.
“Ainda é prematuro dizer se teremos perdas, até porque se o tempo normalizar, as chuvas vierem de forma regular, com certeza a produtividade não será comprometida”, conta Ribeiro.