A cotação da soja pode desvalorizar ainda mais no mercado caso a situação da bolsa de valores de Xangai piore, e o Brasil pode sofrer com um acirramento da competição entre os países exportadores. O alerta é da consultoria INTL FCStone.
O principal mercado acionário chinês desvalorizou 32% até o dia 7 deste mês, antes de as autoridades anunciarem medidas para conter a queda. Segundo a INTL, caso a situação volte a ocorrer e começar a respingar na economia real, as importações de commodities agrícolas podem recuar.
– O crescimento médio anual nas importações chinesas da oleaginosa pode ficar abaixo dos 5% observados nos últimos três anos – diz, em nota, a analista Natália Orlovicin.
A situação teria forte impacto na balança comercial, visto que a soja é a commodity brasileira com maior dependência da China, com mais de 70% de participação nos últimos três anos.
Outro setor vulnerável a uma crise na China é o de açúcar. O país é o maior importador de adoçante brasileiro nos últimos três anos, mas o analista João Paulo Botelho ressalta que o impacto no saldo comercial deve ser menor.