A redução chinesa nas importações de soja, por conta do surto de gripe suína africana, está trazendo impactos cada vez mais claros nas exportações do Brasil, maior vendedor mundial do grão. Neste ano, até agosto, o país vendeu para a China e para o mundo menos do que nos últimos dois anos.
De janeiro a agosto o país asiático comprou 42,7 milhões de toneladas da soja brasileira, 15,8% a menos do que no mesmo período do ano passado (50,8 milhões de toneladas). Vale ressaltar que em 2017 o volume exportado também era maior que o atual, na casa de 44,2 milhões de toneladas.
Em receita, as compras chinesas de soja renderam ao Brasil US$ 15 bilhões de janeiro a agosto de 2019, 26% a menos que os US$ 20,2 bilhões de 2018 e os US$ 16,6 bilhões de 2017.
Exportação de soja do Brasil
De maneira geral, o Brasil exportou um total de 56,833 milhões de toneladas de janeiro a agosto deste ano, 12% menos que as 64,5 milhões de toneladas de um ano antes, e pouco a menos que as 56,896 de 2017.
Em receita, neste ano, o país obteve US$ 19,9 bilhões com as vendas de soja ao exterior, 22,6% a menos que os US$ 25,7 bilhões de 2018 e menor que os US$ 21,4 bilhões de 2017.
Participação chinesa
Apesar da queda nos embarques, considerando os dados acima, a participação chinesa no total de soja exportado pelo Brasil aumentou em 2019, chegando agora a 79,4%. Em 2018, no mesmo período, a participação dos asiáticos era de 78,7%.
China confirma vendas menores
As importações de soja em grão da China totalizaram 9,48 milhões de toneladas em agosto, ante as 8,54 milhões em julho. Os dados são da Administração Geral de Alfândegas e Portos da China.
No acumulado do ano, as importações somam 56,315 milhões de toneladas, uma retração de 9,2% em relação à igual período do ano passado. O país asiático é o maior comprador de soja do mundo.