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Soja: pragas se espalham e aumentam custos em até 3 pulverizações

Insetos secundários na cultura, como a vaquinha e o torrãozinho, têm trazido dor de cabeça aos produtores e destruído parte das plantas

Pedro Silvestre, de Nova Mutum (MT)
Na região médio norte de Mato Grosso o plantio da soja está quase concluído. As perspectivas para a safra até são boas, mas o ataque de pragas secundárias ainda preocupa. A incidência está maior e os custos para controlá-los acima do planejado.

Diabrotica speciosa (vaquinha), Aracanthus mourei (torrãozinho) e Phyllophaga cuyabana (coró da soja) são algumas das pragas que tem atormentado os produtores brasileiros neste início de temporada.

“Temos observado nesse período de estiagem, onde áreas ficaram até dez dias sem continuar o plantio, o surgimento do torrãozinho. Normalmente é uma praga que ataca mais a noite e quando está bastante nublado. Por isso, para fazer a observação da maneira correta, o produtor precisa ir no fim da tarde ou à noite. É possível notar a presença deles pelos danos nos caules, nos talos e nas folhas”, conta o engenheiro agrônomo Naildo Lopes.

Muitas vezes, achar que a infestação não é grande sem comprovar isso é suficiente para perder o controle da praga e colocar uma safra inteira em risco. Na fazenda de Lino José Ambiel, em Nova Mutum, nem precisa procurar muito para encontrar os insetos, principalmente a vaquinha e o cascudinho. Para evitar as perdas, foi preciso antecipar a aplicação de defensivos.

Foto Pedro Silvestre

“Vemos eles na fazenda inteira. Conforme a soja nasce, já com 20 dias, tem que entrar aplicando agroquímicos. Se não tomar providências logo, eles desfolham tudo. Já encontramos bastante desfolha nas lavouras,, em torno de 20% já foi atacado”, conta Ambiel.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Tiago Stefanello Nogueira, muitos agricultores foram surpreendidos com a presença das pragas nas lavouras e vão ter que gastar mais do que o previsto, ameaçando a rentabilidade da safra.

“O produtor não está preparado para as pragas secundárias, não possuem o produto específico e vai ao mercado comprar. Com esse aumento do dólar, aumento do frete, tudo ficou muito caro. Comprar um produto pontual ficou de 15% a 20% mais caro e a rentabilidade fica menor”, diz Nogueira.

Foto Pedro Silvestre

O engenheiro agrônomo Naildo Lopes afirma que é importante o agricultor andar pela lavoura, verificar sempre se há pragas e quão rápido elas se espalham, para garantir uma boa implantação e avanço das lavouras de soja.

“Mesmo que o produtor faça o tratamento de sementes, as vezes dependendo da situação, tem que fazer uma aplicação para essas pragas que incidem logo de início. Mas isso com muita cautela e com muita segurança, vendo o produto ideal para o controle dessas pragas específicas.

Foto Pedro Silvestre

Otimismo com a safra

Apesar do problema, o otimismo com a safra ainda é grande no médio-norte de Mato Grosso. Nos três principais municípios da região os agricultores estão animados como bom desenvolvimento das lavouras.

“O plantio aqui em Sorriso já está em torno de 95,96% da área. Adiantado em relação ao ano passado. Vai ser uma safra interessante, o produtor pode fazer a caixa mais cedo. O plantio está bem estabelecido, sendo uma safra boa”, diz Nogueira.

Já em Lucas do Rio Verde a área semeada alcançou 99%, já que as chuvas propiciaram o bom andamento dos trabalhos.

“Tivemos chuvas a partir da segunda quinzena de setembro. De maneira geral dá para considerar que foi um início de safra bom, em termos de chuvas, germinação de plantas, desenvolvimentos bons, soja de quarenta dias fechando as linhas. Por aqui se espera uns 60 sacos por hectare na média”, diz Carlos Alberto Simon, presidente do Sindicato Rural local.

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