Soja: Produção cresce e margens caem

Perspectiva da consultoria mineira considera clima favorável para expansão de área e produtividade, entretanto custos elevados e preços baixos limitarão margens na safra 2016/2017 de soja

Levando em consideração uma expansão na área, com um incremento na produtividade, a safra de soja 2016/2017 pode bater o recorde brasileiro e chegar a 103 milhões de toneladas, aponta a primeira estimativa da consultoria mineira Céleres. Entretanto, a perspectiva de preços menores e custos maiores trará ao produtor uma queda de 8% na rentabilidade.

Segundo a projeção a área plantada deve saltar de 33 milhões de hectares para pouco mais de 33,8 milhões. Em termos regionais, o Centro-Oeste lidera o crescimento, com destaque para avanço do Mato Grosso e Goiás. Para a região Sul e Sudeste, o avanço de área deverá ser marginal, sendo limitado pelo aumento esperado da superfície destinada ao milho no verão. Já a região conhecida como Matopiba, a expectativa da consultoria aponta para uma manutenção na área plantada, devido ao alto índice de endividamento dos produtores. Entretanto, caso o La Niña se configure e traga chuvas, a produtividade na região pode se elevar se comparada ao montante deste ano.

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O clima é, inclusive, um dos quesitos positivos destacados pela Céleres para justificar esse incremento na produção brasileira de soja. Apesar das perspectivas de clima ainda estarem incertas, as últimas notícias de clima apontaram para a possibilidade de La Niña fraca ou neutralidade, que se confirmada, afastaria a perspectiva de clima mais seco na região Sul e traria um pouco mais de chuvas ao Nordeste do país.

Apesar da perspectiva de produção maior e clima levemente favorável, a rentabilidade do produtor brasileiro de soja deve ficar 8% menor nesta safra. Considerando a paridade futura de soja, produtividade e custos diretos estimados a consultoria estima uma margem bruta média no plantio da soja em R$ 1.108 por hectare. Em termos de saca, o custo direto médio no país ficou em torno de R$ 35 a saca por hectare, com a margem bruta média em R$ 17 sacas por hectare.

Outra consideração da Céleres, prevê que diferente da última temporada, o cenário de preços para a safra 2016/2017 não terá a sustentação do câmbio, haja vista que a recente desvalorização deverá se manter durante 2017. Portanto, os preços internos deverão acompanhar as cotações internacionais que, por sua vez, tenderão a ficar pressionadas diante de uma safra cheia nos Estados Unidos.

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