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Soja

Soja: produtor deve travar preços, afirma economista-chefe da Farsul

Segundo Antônio da Luz, o valor da saca de 60 kg não se dá pelos preços internacionais, sendo fruto da alta do dólar decorrida da pandemia de coronavírus

A saca de 60 kg de soja foi comercializada por R$ 105,50 no Porto de Rio Grande nesta segunda-feira, 4. O valor histórico é resultado da influência da variação cambial e não reflete o que vem acontecendo no mercado internacional, de acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).

Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço do bushel em 30 de abril deste ano foi de US$ 8,56 contra US$ 9,62 no ano passado. No ano passado, a diferença entre o valor comercializado e o custo de produção gerava um lucro de US$ 0,05 por bushel. Atualmente, o resultado é um prejuízo de US$ 1,19.

O economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, explica que o objetivo da análise é chamar a atenção que o que está acontecendo com a soja é reflexo da pandemia. “É imprevisível e estamos vendendo por um preço muito acima”, avalia. “A diferença cambial adicionou R$ 25 no preço do produto”, completa.

Para ilustrar, foi feita uma simulação de preço com a taxa de câmbio de janeiro, anterior a chegada da doença no Brasil. Nesse cenário, a soja estaria sendo comercializada a R$ 80,57. Com o câmbio de 12 meses, o preço seria R$ 75,78.

Luz comenta que se o produtor tivesse travado o preço na sua praça, ainda considerando o frete de R$ 5 a R$ 10 por saca, estaria ganhando. “Em Cruz Alta, ele teria um ganho de R$ 5, por exemplo”, compara. “Só estamos com esse preço pela pandemia. Portanto, faz todo sentido seguir travando. Os únicos que podem sentir culpa por ter travado preço são aqueles que adivinharam que o mundo passaria por uma pandemia”, conclui.

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