O produtor precisa identificar os riscos e oportunidades para garantir uma boa rentabilidade, alerta Gil Barabach, analista da Safras & Mercado. Durante sua participação na Abertura Nacional do Plantio da Soja, que aconteceu em Vilhena (RO) nesta quinta-feira, 19, ele elencou alguns pontos de atenção em relação a comercialização da safra 2019/2020, que será colhida no próximo ano.
“Quais são os riscos e as oportunidades atuais? Neste momento de plantio, é bom prestar atenção no custo e na margem. O dólar é a oportunidade do momento, mas também pode ser o risco. Está se plantando com dólar alto e pode se colher com dólar baixo, acabando com a rentabilidade”, diz.
Segundo o analista, se der tudo certo, o país colherá um recorde de produção, acima das 123 milhões de toneladas dependendo da ampliação de área. Mas, então, como devem ficar os preços?
“Nos últimos anos, estamos zerando os nossos estoques, vendendo tudo para a China. Mas isso pode mudar se um acordo entre o país asiático e os Estados Unidos acontecer. Eles irão vender o imenso estoque que têm e isso deve gerar um efeito imediato nos prêmios e nos preços do nosso mercado interno. Essas são as variáveis de risco que temos”, conta.
A oportunidade, segundo ele, está justamente na questão cambial, e isso pode fazer a diferença na rentabilidade. “Não estamos vendendo soja neste momento, mas sim dólar, pois o câmbio alto ajuda nas negociações. A venda antecipada seria uma boa ferramenta para garantir um resultado positivo, mas elas estão abaixo da média para o período”, conta. “É preciso negociar a safra parcialmente, em momentos distintos, para administrar uma margem melhor por causa do custo alto. Se o câmbio oferece algo, aproveite e pegue”, complementa Barabach.