Soja sofre pressão junto com outras commodities

Em Mato Grosso, preço interno do produto em grão teve recuo semanal de 4,03%, encerrando com média de R$ 66,58/sc o período

Fonte: Luiz Henrique Magnante/Embrapa

Na última semana, o mercado de commodities agrícolas foi bastante movimentado pela eleição do novo presidente dos EUA e pelos novos relatórios mensais de oferta e demanda da safra 2016/17 no Brasil, da Conab, e, sobretudo, dos EUA, divulgados pelo USDA.

O departamento norte-americano elevou a produção de soja no país para 118,7 milhões de toneladas na safra 16/17, com produtividade registrando média recorde de 58,84 sc/ha, quantidade bem acima da média dos últimos 30 anos. Além do aumento da oferta, o órgão elevou também os estoques finais da safra, injetando nova pressão baixista no mercado internacional da soja.

As estimativas do USDA poderão apresentar novas alterações nos próximos relatórios, no entanto, com a colheita da safra quase no fim nos EUA, a especulação em torno do desenvolvimento e das condições climáticas da safra sul-americana deverá ter um peso maior no mercado.

Na última semana, o preço interno da soja em grão apresentou forte recuo semanal de 4,03% em Mato Grosso, encerrando com média de R$ 66,58/sc. A queda, deve-se, principalmente, à baixa procura pela soja disponível no mercado.

Sinal Amarelo

Com as vendas da safra spot quase no fim, neste momento, o foco do produtor tradicionalmente volta-se para a venda futura. Mas, vale ressaltar, que as negociações da safra 2016/17 vinham apresentando um ritmo lateralizado nos últimos meses.

Em outubro houve um avanço mensal de 8,41 p.p., sendo superior aos meses anteriores e elevando a comercialização para 36,3%. Apesar disso, grande parte dos negócios ocorreu através de “troca de insumo por soja” entre produtores e trades, o que demonstra o baixo interesse do sojicultor em negociar no mercado.

Nota-se uma grande distância em relação às vendas antecipadas da safra 2015/16, que já estavam em 53% neste mesmo período. A justificativa está nos preços futuros, que vêm apresentando movimento de queda desde julho. Em contrapartida ,o custo registrou movimento oposto. Apesar dos preços internos em baixa, a consolidação de uma grande safra em Mato Grosso poderá trazer novas pressões baixistas ao mercado.