O mercado brasileiro de soja começou o ano de 2025 com disparada nos preços domésticos, acompanhando o comportamento dos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
Assim, com referenciais melhores, os produtores aproveitaram os momentos de pico para negociar, melhorando o ritmo da comercialização. No entanto, a queda do dólar frente ao real no final de janeiro limitou uma melhora mais consistente.
Variação de preços ao longo do mês
Veja como os preços da soja começaram e terminaram janeiro nas principais praças de comercialização do país. Os destaques vão para as valorizações de até R$ 13 a saca em Passo Fundo (+10,8%) e Paranaguá (+11%):
- Passo Fundo (RS): cresceu de R$ 120 para R$ 133
- Cascavel (PR): subiu de R$ 109 para R$ 121
- Rondonópolis (MT): avançou de R$ 105 para R$ 113
- Porto de Paranaguá: passou de R$ 118 para R$ 131
Soja na Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em março, os mais negociados, apresentaram valorização de 0,92% no período.
No fechamento de sexta-feira (31), o bushel era negociado a US$ 10,42 1/4. No pico do mês, a soja bateu nos melhores patamares desde outubro.
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A recuperação em Chicago iniciou após o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no início do mês e que apresentou um quadro de oferta e demanda daquele país mais ajustado.
A recuperação se consolidou com os problemas climáticos na América do Sul, que estão comprometendo o desenvolvimento das lavouras na Argentina e em parte do Brasil.
“Importante ressaltar que, em geral, o cenário ainda é de ampla oferta. No entanto, o clima seco persistente no cinturão produtor argentino já está obrigando entidades a revisar para baixo a safra 2024/25”, diz avaliação da consultoria Safras & Mercado.
No Brasil, a estiagem também vai comprometer a safra gaúcha. Em Mato Grosso e em partes de outros estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste, o problema é o excesso de chuvas, atrapalhando a colheita, que iniciou com atrasos.
Quanto aos preços, o quadro só não foi melhor para a soja brasileira em janeiro devido ao câmbio. “O dólar comercial perdeu 5,28% em janeiro, se estabilizando na casa de R$ 5,85. Mesmo que abaixo dos até R$ 6,30 atingidos no final do ano passado, o patamar ainda dá muita competitividade para a oleaginosa brasileira no exterior”, finaliza a análise.