O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deverá elevar a sua estimativa para a safra de soja dos Estados Unidos em 2020/2021. O relatório de junho entidade será divulgado nesta próxima quinta-feira, às 13h (Brasília).
Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em safra de 112,9 milhões de toneladas (4,152 bilhões de bushels). Em maio, o número era de 112,2 milhões de toneladas (4,125 bilhões). Na temporada passada, a safra ficou em 96,8 milhões de toneladas (3,558 bilhões de bushels).
“O mercado não está esperando grandes mudanças neste relatório de junho. Se isso acontecer pegará todos de surpresa”, afirma Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado. “A tendência é que eles de fato aumentem um pouco a projeção, até porque o plantio está caminhando super bem, o clima está colaborando, o que até o momento indica uma safra cheia por lá. Acho que os EUA podem colher até 113 milhões de toneladas”, diz.
Para os estoques de passagem, a aposta é de 12,4 milhões de toneladas (459 milhões de bushels) para 2020/2021. Em maio, o número ficou em 10,5 milhões de toneladas (405 milhões). Para 2019/2020, o USDA deverá elevar sua previsão de 15,7 milhões de toneladas (580 milhões de bushels) para 15,8 milhões de toneladas (584 milhões de bushels).
“Esse aumento pode render um incremento nos estoques finais desta temporada e da próxima. Se isso se confirmar, representa um movimento baixista para os preços na Bolsa de Chicago. Isso pode fazer a bolsa trabalhar com valores próximos a US$ 8,40 por bushel. No entanto, o mercado já precificou essas possibilidades e o impacto pode não ser tão grande”, diz Gutierrez.
Mundo
A previsão para os estoques finais globais em 2020/2021 é de 100,1 milhões de toneladas, contra 98,4 milhões projetados no mês passado. Para 2019/2020, o USDA deverá manter a estimativa em 100,3 milhões de toneladas.
“Se tiver um corte de safra ou estoques, algo não esperado, aí sim o mercado pode fazer os preços subirem”, afirma o analista da Safras.
A safra brasileira em 2019/2020 deverá ter sua previsão cortada de 124 milhões para 123 milhões de toneladas. A produção da Argentina deverá ter projeção reduzida de 51 milhões para 50,8 milhões de toneladas.