As atenções do mercado de soja permanecem centralizadas na pandemia do coronavírus ao redor do mundo e em seus impactos socioeconômicos.
Paralelamente, sinais de demanda pelo grão norte-americano voltam a ganhar peso, assim como os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional e as definições sobre a nova safra dos EUA, que está prestes a ser semeada.
No Brasil, a nova crise política ganha força como fator para o mercado cambial.
Acompanhe os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista Luiz Fernando Roque, da consultoria Safras & Mercado:
- Os players do mercado vão continuar analisando com atenção os dados econômicos
divulgados pelas principais economias mundiais para um melhor entendimento sobre
o tamanho dos estragos na economia global derivados da pandemia; - O câmbio deve continuar respondendo a essa situação, mas fatores internos, neste momento, impulsionam a moeda norte-americana;
- A recente demissão de Sergio Moro gerou uma nova crise política no Brasil, e o mercado financeiro reage negativamente (queda na Bolsa, alta no câmbio). O momento é de muito nervosismo, e os próximos capítulos dessa nova crise serão fundamentais para entendermos até onde o câmbio pode subir. O patamar de R$ 6 não é mais descartado;
- Nos EUA, o momento é de definições sobre o tamanho da área a ser semeada com soja na nova temporada. A queda na demanda por etanol de milho pode levar à transferências de área do cereal para a soja, elevando o potencial produtivo da oleaginosa, o que tem peso sobre Chicago;
- Pesa também a falta de compras volumosas de soja norte-americana por parte dos chineses. Sem a retomada de grandes compras, Chicago não deve ter fôlego para valorizações relevantes.