Soja

Soja: veja as tendências para o segundo semestre e 2021

Em relatório, a Cogo - Inteligência em Agronegócio destaca que a China deve elevar as importações da oleaginosa na temporada 2020/2021

Após atingir o maior valor do ano em meados de maio, o preço da soja acumulou baixa acentuada entre a segunda metade de maio e o início de junho, de acordo com a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio. “O dólar foi o principal responsável pela queda”, informa.

No Porto de Paranaguá (PR), a cotação atingiu a máxima do ano no dia 14 de maio, de R$ 116,27 por saca de 60 kg, caindo nesta quinta-feira, 4, para R$ 106,96 por saca.

A cotação em dólar no porto oscilou, mas sem grandes alterações. No mesmo período, o valor da soja em grãos oscilou em um intervalo relativamente estreito, entre US$ 19,50 e US$ 20,90 por saca de 60 kg em Paranaguá.

“Grande parte dos produtores já está capitalizada e, por isso, não tem interesse em reduzir neste momento os valores de venda para negociar novos lotes”, afirma a Cogo.

Mercado internacional

As cotações futuras fecharam esta quinta-feira, 4, com alta na Bolsa de Chicago, mesmo após relatos de que estatais chinesas teriam suspendido a importação de alguns produtos agrícolas dos EUA.

“A China segue comprando soja dos EUA e será difícil para o país asiático abrir mão da soja norte-americana, pois a soja do Brasil está ficando mais cara, por causa do fortalecimento do real e a China precisa de produto para preencher a lacuna até a próxima colheita na América do Sul”, diz. Além disso, 80% da safra brasileira de soja de 2019/2020 já está negociada.

A demanda chinesa, que deve seguir forte, justifica a firmeza de preços futuros, segundo a Cogo. “A China deve elevar as importações de soja em grãos na temporada 2020/2021 e necessitará importar de todas as origens para cobrir o déficit recorde projetado em 94 milhões de toneladas”, pontua.

A safra dos EUA de 2020/2021 não deverá enfrentar problemas climáticos, mas não deve ser recorde e a tendência é de recuo dos estoques finais do país.

Os produtores brasileiros já negociaram 40% da soja da próxima temporada 2020/2021 e isso deve dar fôlego para planejar o escoamento da próxima colheita.

Por fim, a safra global deve ser recorde em 2020/2021, com expansão de produção nos EUA e na América do Sul, o que deve impedir uma alta acentuada dos futuros.