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Soja vira moeda de troca entre agricultores e comerciantes no Rio Grande do Sul

Sacas de soja são utilizadas no comércio, para pagamentos de honorários e mensalidades escolares e até no mercado imobiliário do interior do EstadoNo interior do Rio Grande do Sul, a safra de soja vem sendo utilizada como moeda de troca entre agricultores e comerciantes, que usam o grão como forma de pagamento no comércio. Enquanto a soja é plantada nas propriedades no interior, na cidade o grão é negociado antes mesmo de sair da lavoura.

Pensando na colheita futura, comerciantes atraem os clientes com propostas de pagamentos para abril, quando acontece a venda. É o que tem feito uma rede de lojas de confecções do município de Cruz Alta, no noroeste do Estado. O resultado da iniciativa é possível perceber no aumento das vendas antecipadas, segundo o proprietário.

– Tivemos de 35% a 40% de aumento nas vendas só com o pagamento para o plano safra. Muitos clientes preferem fazer isso e, todos os anos, fazemos essa promoção especial pra pagar na safra – explica Clademir Toledo.
 
O grão é moeda também no mercado imobiliário. No lugar de reais, o valor de venda de apartamentos é negociado em sacas de soja. A opção é ampliada para pagamentos de honorários, tratamentos de saúde e mensalidade de escolas, negócios alternativos para atrair os produtores rurais.
 
– A soja é uma moeda de troca aqui em Cruz Alta. Eu, por exemplo, estou vendendo um apartamento para um produtor que quer me pagar em soja. Se eu não aceitar, até recebo o dinheiro, mas faço essa alternativa porque é uma cotação que todo mundo conhece aqui – afirma o advogado Fabiano Marchioro.
 
 Com o rendimento concentrado nas safras, o benefício atrai consumidores como a produtora rural Maria Ivone Olegário.

– Eu prefiro assim, pra quem planta é bem melhor pagar na safra.

Especialistas alertam, porém, sobre os cuidados necessários para que a vantagem na hora da compra não se transforme em um problema financeiro no futuro.

– É preciso sempre avaliar se essa compra não vai ter juros embutidos. Sempre que for possível pagar à vista, melhor – explica o especialista financeiro, Carlos Eduardo Tavares.

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