A situação na indústria de máquinas vem piorando mês a mês. De setembro até agora, as encomendas no setor caíram em média 40%, levando ao fechamento de 8 mil postos de trabalho. Dirigente do setor estão preocupados, já que nos últimos três anos o segmento estava em expansão e vinha abrindo novas vagas.
O objetivo do acordo temporário entre trabalhadores e empresas é manter o nível de emprego e o salário. A Abimaq e a CUT acreditam que os primeiros quatro meses do ano vão sofrer um impacto mais forte da crise econômica, e por isso defendem principalmente a redução de tributos por tempo determinado, envolvendo governos estaduais e federal, e ampliação dos créditos por parte do BNDES e de outros bancos.
? É a desoneração de um setor que é o único do mundo, que é tributado aqui no Brasil. Então é aquilo que a gente vem pedindo há 70 anos e que agora a gente está tendo um reconhecimento e a união entre trabalhador e empresário para que a gente possa fazer essa desoneração do setor e fazer com que a economia volte a andar ? diz Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq.
No caso da indústria de máquinas e implementos agrícolas, a situação é ainda pior.
? Agora nestes últimos dois meses, um dos setores que está sendo mais atingido pela crise é o setor de implemento agrícola; queda de quase 55% de sua carteira de novas encomendas. Se você não reverter isso, qual é o grande problema que a gente vai ter? Não é da safra de agora, que está garantida, mas é a safra de 2010 ? alerta Aubert Neto.
No Brasil, o setor de máquinas e implementos é representado por 4 mil empresas que geram em torno de 250 mil empregos diretos. No ano passado esse mercado faturou R$ 80 bilhões.
Se houver uma desoneração temporária, a Abimaq acredita que dá para garantir quatro meses de emprego aos trabalhadores, e as máquinas poderão ser oferecidas com preço até 20% menor.
? Não é possível que um governador de Estado não assuma num momento como este, onde trabalhadores têm que dar a sua cota de sacrifício, e empresários também. Então, não estamos falando nem de sacrifícios, se não houver acordos é que nós vamos ter sacrifícios; os trabalhadores com seus empregos, os empresários perdendo dinheiro ou fechando empresas ? diz Arthur Henrique Santos, presidente da CUT.