A Embrapa Soja promoveu, em conjunto com a Academia Chinesa de Ciências (CAS), o Workshop de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em Sistemas Sustentáveis de Produção de Soja, na Embrapa Soja, em Londrina (PR), nesta segunda-feira (20).
As atividades entre as duas entidades deverão ser focadas, a princípio, em ações na área de biotecnologia para a cultura da oleaginosa em regiões tropicais. O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, reforça que os projetos poderão ser expandidos para outras áreas do conhecimento com o avanço e desenvolvimento da parceria.
“Essa parceria irá possibilitar a troca de conhecimentos e até mesmo o intercâmbio de cientistas visitantes entre os países para desenvolvimento de projetos em conjunto para a cultura da soja”, diz. “Neste primeiro encontro, os cientistas chineses vieram conhecer o que estamos pesquisando e também apresentaram as ações de pesquisa que eles desenvolvem para avaliarmos os interesses em comum e assim o potencial de complementariedade e, portanto, do desenvolvimento das pesquisas em conjunto”, ressalta.
Atualmente a China está construindo um laboratório no Sul do Brasil, com foco em genética de soja, o que revela o amplo domínio que tem nessa área. “Eles estão desenvolvendo tecnologias de ponta, a exemplo das técnicas de edição gênica e do sequenciamento de genoma da soja. A parceria será muito importante para o avanço da pesquisa brasileira e concretização de ações de pesquisa em nosso país”, explica Nepomuceno.
Pesquisas conjuntas
Para a Embrapa Soja, a China tem grande interesse em parceria com o Brasil na área da soja, visto que o país é o seu principal fornecedor do grão, matéria prima para produção de ração animal. Assim, cerca de 80% do total exportado pelo Brasil é destinado para a China.
Segundo o diretor do Instituto de Genética e Desenvolvimento Tecnológico da CAS, Weicai Yang, a parceria une esforços para produzir mais alimentos e de qualidade, garantindo a segurança alimentar no planeta. “Além disso, tanto o Brasil quanto a China tem uma comunidade científica forte e que pode trocar muita experiência, desenvolvendo tecnologias e promovendo avanços científicos de maneira mais rápida e eficiente, se trabalharem em conjunto”, ressalta.
Parcerias técnicas
Durante o evento, o diretor de Ciência e Tecnologia do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Roberto Moreira, teve a oportunidade de apresentar o ecossistema de inovação de Londrina (PR).
“Apresentamos como nosso ambiente é favorável para o estabelecimento de parcerias, relatamos o potencial da cidade para pesquisas como essa sendo firmada com Embrapa, assim como nosso potencial em outras áreas. Consideramos extremamente relevante esse tipo de conexão, especialmente com a China”, diz.
A cidade possui três parques tecnológicos, duas incubadoras, 10 setores de governança, a exemplo do Agrovalley, mais de 250 startups e aproximadamente 1.600 empresas na área de tecnologia da informação.
A programação técnica contou com a apresentação do Banco Ativo de Germoplasma da Embrapa Soja, coleção de mais de 65 mil acessos (tipos) de soja e que guarda a variabilidade genética do grão. A partir dessa coleção, é possível a identificação de diferentes fontes de interesse para o desenvolvimento de cultivares de soja, a exemplo de cultivares com maior sanidade, com melhor teor de óleo e mais tolerantes à seca, por exemplo.