Representantes de quase todas as unidades da Federação saudaram o público e se apresentaram, em clima de cordialidade. A secretária de Articulação Institucional do MMA, Samyra Crespo, representou o Ministério do Meio Ambiente na abertura do evento.
O cientista social e educador popular, Ivo Poletto abriu as apresentações contando à Plenária da 1ª CNSA sua experiência com movimentos sociais de todo o país. Segundo ele, é preciso compreender que não somos os únicos seres vivos que existem no planeta.
? É preciso que superemos a visão antropocêntrica das ciências sociais. Por termos organizado todos os meios de consumo com base em nossos interesses, colocamos em risco a saúde da Terra ? disse.
Para o educador popular, o homem precisa estabelecer o diálogo e a complementaridade com a Terra, “também um ser vivo”. Foi nesse tom de preocupação que o sociólogo dissociou a saúde nos distintos biomas brasileiros.
? É muito diferente pensar a saúde na Amazônia ou pensar no pampa. Ou ainda pensar a saúde no Cerrado e na Caatinga. Se queremos propor uma política que integre ambiente e saúde, precisamos pensar as condições dessa relação em cada bioma ? recomendou.
A segunda palestrante do dia usou palavras simples para emocionar. A quebradeira de coco Raimunda Gomes da Silva encampa, há duas décadas, uma luta em prol das mulheres da região do Bico do Papagaio, no estado do Tocantins, e em defesa do cerrado e da atividade econômica envolvendo o babaçu.
? A gente luta em defesa da vida, pelo babaçu e pelo cerrado, que tem nossas plantas medicinais e nossas águas ? disse, após se desculpar por não ter diploma.
Depois de pedir a todos para se conscientizarem da necessidade de se lutar por um Brasil melhor, a quebradeira de coco, indicada ao Prêmio Nobel da Paz, fez uma advertência.
? Nós vamos morrer juntos. Nós mesmos estamos nos matando. Nossos tataranetos vão ver papagaio apenas pintado na parede ? afirmou.