Nas gôndolas dos supermercados a oferta de produtos à base de soja é uma realidade que não se via há 15, 20 anos atrás. As variedades passam pela soja orgânica, em grão, fibra de soja, extrato de soja e o grão descascado e pronto para o consumo. O pesquisador da Embrapa Soja, Marcos Gontijo, lembra que a leguminosa é um alimento funcional, ou seja, melhora o metabolismo e ajuda a reduzir riscos de problemas de saúde.
? A gente não deve falar em prevenir nem em cura de doenças, apenas em redução do risco de doenças. Não só a soja, mas qualquer alimento que contenha um composto funcional, ele reduz risco de doenças. Por exemplo, o vinho tinto é um polifenol que reduz risco de doença cardiovascular. A soja também tem um polifenol, que é a isoflavona, isoflavonas são polifenóis, que também reduzem riscos de câncer, reduzem riscos de doença cardiovascular, minimizam os efeitos da menopausa.
Os pesquisadores também estão atentos aos novos produtos oferecidos ao consumidor. Eles já registraram que no Brasil a BBS, ou bebida à base de soja é o segmento que mais cresce na indústria da alimentação, cerca de 15% ao ano.
Os campeões são os sucos contendo soja. Uma infinidade de marcas e sabores atende praticamente a todos os gostos. Com isso houve uma redução no preço dos produtos em relação aos sucos naturais. A indústria percebeu a aceitação maior do produto de soja e passou a oferecer inclusive embalagens para a família. O leite de soja também conquistou consumidores de todas as idades. A bióloga Regina Maria Mazzarin diz que o filho de nove anos toma leite vegetal desde os quatro.
? O pai começou a tomar e ele resolveu experimentar e a partir daí ele toma puro, gelado. A preferência dele é pelo leite de soja, seja com frutas ou seja natural ? afirma.
Os congelados, como hambúrgeres também fazem parte da rotina de muitos consumidores. Hoje há produtos à base de soja até para bebês. O pesquisador Marcos Gontijo faz parte da equipe da Embrapa Soja que há vários anos pesquisa a importância do grão na alimentação.
? Quando nós começamos a falar de soja, há 25 anos, ninguém conhecia no Brasil. Tanto que as pessoas chamavam a soja de feijão soja, porque são da mesma família, são leguminosas, mas são completamente diferentes. Até isso mudou. Pra nós é gratificante saber que depois de 25 anos a soja está aí nas prateleiras dos supermercados, e que as pessoas estão consumindo. Então, nosso papel de divulgar, de ensinar, de mostrar o que é a soja, que soja faz bem, eu acho que ele foi bem cumprido após esses 25 anos.