O governo da Argentina reabriu, nesta segunda-feira (28), o Programa de Aumento de Exportações (PIE), que estabelece um taxa de câmbio específica para o complexo soja.
Com a medida, que já foi adotada em setembro, um dólar passa a valer 230 pesos. Na cotação oficial, um dólar vale 165 pesos.
O objetivo do governo da da Argentina é aumentar as reservas em moeda internacional, que caíram por causa da incerteza em relação ao peso local, em meio à alta inflação e dificuldades financeiras.
Maior exportador mundial de óleo de soja e farelo de soja, o país está sofrendo com a alta inflação e os rígidos controles de capital, que levaram os agricultores a manter suas safras como uma proteção contra a desvalorização da moeda local.
Em setembro, o banco central concedeu aos exportadores de grãos 200 pesos para cada dólar liquidado, consideravelmente mais alto do que a taxa oficial de cerca de 150 pesos por dólar. A taxa oficial agora é de 165 pesos.
A medida em setembro estimulou a entrada de quase US$ 8 bilhões no país, dos quais cerca de US$ 5 bilhões permaneceram como reservas do banco central.
Novo ‘dólar soja’
No final da semana passada, o ministro da Economia, Sergio Massa, antecipou que com este novo dólar da soja, a Argentina vai buscar “bater o recorde de exportação”.
Em entrevista para Agência Telam, o secretário de Agricultura da Argentina, Juan José Bahillo, afirmou que a medida “permitirá ao governo arrecadar reservas brutas de cerca de US$ 3 bilhões ao longo do mês”.
“Esse é um dos vetores do programa e o outro é uma melhoria na renda dos produtores que ainda têm soja, que a gente entende que ainda são muitos, felizmente, e que há um volume que nos permitirá chegar a esses números e também abastecem o mercado interno”, acrescentou o secretário.
Ele comentou que “se houver uma melhora para o produtor, há uma melhora para toda a cadeia” e lembrou que “o programa já em setembro foi muito bom, os produtores tiveram uma adesão muito boa, superou todas as expectativas”.