Essas áreas, no entanto, não ficarão improdutivas. O produtor de arroz Gláucio Isbrecht Emanoelli, pela primeira vez irá destinar a maior parte dos seus 150 hectares para a soja e não ao arroz. Neste ano-safra 2011/2012, a Granja São Manuel, de São Borja (RS), contará com 100 hectares da oleaginosa e apenas 50 hectares com o cereal.
? Com a soja, colho 40 sacas e 20 cobre o custo de produção. Diferentemente do arroz, que não cobre nem o custo de produção. Não tem como continuar assim. Sigo plantando uma pequena área do grão porque a esperança é a última que morre ? confessa o agricultor.
A estratégia usada pelo produtor é defendida pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). O presidente Cláudio Fernando Pereira acredita que a rotação de culturas seja positiva para diversificar a produção, melhorar o uso de fertilizantes e diversificar a renda. O Instituto, inclusive, desenvolve pesquisas em relação à soja por acreditar que é uma boa opção. No entanto, Pereira é prudente ao falar de área plantada:
? Acreditamos que vai haver uma pequena diminuição. A maioria dos produtores deve seguir com o arroz porque acreditamos que o governo tenha sido eficiente com os mecanismos reguladores de preço, além de termos boas perspectivas de exportação este ano.
Independentemente da redução de área, o presidente da Federarroz , Renato Rocha, diz que existem procedimentos fortalecedores da nova safra que os produtores precisam executar. Renegociação dos arrendamentos, com diminuição de área, migração de parte da lavoura para soja e pecuária, que apresentam boas perspectivas de negócios, são algumas dessas opções.