O conselheiro da Divisão de Regas da Organização Mundial do Comércio (OMC), Victor Prado, acredita que nos próximos dias os ministros dos países envolvidos poderão ser chamados para, finalmente, concluírem as negociações. Prado considera o momento favorável e acredita que a rodada termina ainda este ano.
A Rodada de Doha foi aberta em 2001 para diminuir as barreiras comerciais entre países e promover o livre comércio, mas, sete anos depois, ainda restam muitas incertezas. O ponto mais importante é também o que provoca maiores divergências: os subsídios agrícolas. E, se não há conclusão da OMC sobre os pedidos dos blocos econômicos envolvidos, no Mercosul não existe nem mesmo um posicionamento comum.
? Os problemas dos países são semelhantes, mas eles têm dificuldade de atacá-los em conjunto. Hoje, é muito difícil porque cada país tem seus problemas e o Mercosul não é um bloco propriamente integrado ? afirma André Nassar, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).
O uruguaio Carlos Castillo, que é membro de um instituto de comércio internacional, diz que já foram alcançados pontos importantes, como a proibição de subsídios para importações e redução de ajudas internas. No entanto, ainda há insatisfação com relação a exceção de mercados. De acordo com ele, a matéria agrícola é um assunto fundamental para o Uruguai na rodada.
O assunto também é fundamental para o Brasil. Com a redução de subsídios agrícolas, as culturas de grão, como soja, arroz e algodão, serão diretamente beneficiadas. Os setores de carnes e lácteos também, pois a Europa concede incentivos aos produtores.