O setor energético é o que necessita dos maiores aportes de recursos, de acordo com o documento. A estimativa é que sejam necessários US$ 7 bilhões por ano para se conseguir reduzir em 11 milhões de toneladas anuais as emissões de gás carbônico (CO2) dessas atividades. O CO2 é o principal gás que intensifica o efeito estufa natural que mantém a Terra em temperaturas que propiciam a vida no planeta.
No entanto, a maior contribuição para diminuir o lançamento de carbono da atmosfera viria das mudanças do uso da terra, área relacionada principalmente à agricultura e ao desmatamento. Para essas reduções, terá que haver um investimento de 5,4 bilhões ao ano, o que evitaria a emissão de 356 milhões de toneladas de CO2.
De acordo com o pesquisador do Banco Mundial Cristhopher Gouvello, a maior parte dessas reduções ocorreria por conta do desmatamento evitado, do uso do plantio direto e das florestas plantadas.
O pesquisador destacou que diminuir o lançamento de CO2 na atmosfera não traria prejuízos a economia.
? Aquela ideia de que passar para a economia de baixo carbono é um freio para a economia não é verdade ? afirmou.
O processo geraria, inclusive, mais empregos, de acordo com Gouvello.
? As atividades de baixo carbono são um pouco mais intensivas que as tradicionais ? avaliou.
A produção menos poluente é também uma necessidade competitiva, segundo o pesquisador Maurício Henriques, do Instituto Nacional de Tecnologia, que participou da pesquisa.
? Se a gente não provar que os nossos produtos têm baixo conteúdo de CO2 e são eficientes, nós vamos ter barreiras ? disse referindo-se a restrições que podem vir de outros países por conta das emissões de carbono na produção.
Maurício destacou ainda que a transição para a economia de baixo carbono é uma boa oportunidade para empresários brasileiros modernizarem suas fábricas. São melhorias que, segundo Gouvello, do Banco Mundial, dependem de incentivos por parte do governo. Para ele, é necessário haver investimentos específicos e talvez até incentivos fiscais.