Candidatos à prefeitura em Passo Fundo garantem atenção ao campo

Quatro concorrerão na cidade, que tem cerca de 180 mil habitantes, no norte do Rio Grande do SulQuatro candidatos disputando uma vaga. Assim serão as eleições para prefeito em Passo Fundo, município referência para o agronegócio localizado no norte gaúcho. E mesmo com a cidade concentrando mais de 95% dos 180 mil habitantes, o primeiro setor ganha destaque no debate eleitoral.

O atual prefeito de Passo Fundo é candidato à reeleição. Airton Dipp, do PDT, é engenheiro civil e foi prefeito pela primeira vez entre 1989 e 1992. Também ocupou o cargo de secretário estadual de Minas e Energia e cumpriu dois mandatos como deputado federal. Entre as principais propostas para agricultura, ele destaca o asfaltamento das estradas da região.
 
? Cabe à prefeitura dar boas condições ao interior do município. É nossa responsabilidade e por isso queremos concentrar todos os nossos esforços na manutenção das estradas e pavimentação de estradas no interior de Passo Fundo ? afirma Dipp.
 
Celso Dalberto é candidato a prefeito pela primeira vez. Formado em Ciências Econômicas e professor estadual, o representante do PSOL teve o caminho guiado para a política com a participação em movimentos sociais e sindicais. Dalberto defende programas que estimulem a fixação do homem no campo.
 
? Atendimento à saúde no interior, manter as escolas que hoje estão funcionando e poder ampliar também no interior do nosso município para que o adulto e o adolescente consigam ficar no meio rural e não venham a engrossar as filas da cidade ? explica o candidato.

Rodrigo Pimentel também estréia na disputa ao cargo de chefe do Executivo municipal. Formado em História e Jornalismo, ingressou na atividade política ainda no tempo de colégio. O candidato do PSTU propõe uma nova visão para o campo e o diálogo do município com os pequenos produtores.
 
? Primeiro estabelecendo uma relação direta com os pequenos agricultores. O prefeito não tem que administrar de dentro do gabinete dele. Ele tem de estar junto com as comunidades nos conselhos populares, discutindo necessidades e colocando em prática aquilo que foi decidido. E, segundo, estabelecendo um contato direto entre o pequeno produtor e consumidor, acabando com o atravessador ? enumera Pimentel.
 
Luciano Azevedo disputa pela segunda vez a prefeitura. Foi vereador de Passo Fundo por três mandatos e hoje é deputado estadual. Advogado e jornalista, o candidato do PPS acredita que o município precisa de estratégias bem definidas para o melhor escoamento da produção.
 
? Se perguntar a um agricultor quais são as três prioridades no interior de Passo Fundo, ele responderá: estrada, estrada e estrada. As rodovias precisam estar muito boas para que a safra possa ser escoada e para permitir a ligação com as cidades ? justifica Azevedo.
 
Em Passo Fundo, cerca de 127,6 mil eleitores devem ir às urnas. O voto é uma decisão individual, mas que traz conseqüências para toda a comunidade. Segundo especialistas, é importante que o eleitor saiba que o desenvolvimento de um município não é conseqüência exclusiva do prefeito e do vice. Isso também passa pela escolha do vereador.

? Porque a Câmara de Vereadores tem não apenas a função de propor leis, mas também a de fiscalizar o poder executivo ? afirma o cientista político Eduardo Svartman.
 
O historiador João Carlos Tedesco lembra que todos são dependentes economicamente da agricultura.

? Ainda que ela [agricultura] não seja a primeira pauta de receita municipal, fomos historicamente e somos extremamente dependentes ? disse.