Consegue absorver nutrientes do solo com mais facilidade do que as forrageiras de maior qualidade e destrói campos nativos, piorando ainda mais as condições do gado que está sofrendo com a estiagem.
Até hoje, uma forma totalmente eficaz de exterminar o capim annoni não foi descoberta. O pesquisador da Emater/RS José Carlos Leite Reis, com um vasto trabalho de pesquisa a respeito do annoni, estima que cerca de 1 milhão de hectares gaúchos estejam tomados pela planta, que tem imensa facilidade de disseminação. Grande parte do território afetado está localizada na metade sul do Rio Grande do Sul.
? O Pampa é menos agricultável, portanto fica mais vulnerável. Uma das maneiras de controlar o annoni é a rotação agrícola, e a metade sul tem dificuldade de manter essa rotação de plantio ? explica.
Reis complementa que a raiz do capim annoni é maior, portanto puxa mais água e sais minerais que outras forrageiras e acaba matando o que está a sua volta.
A estação da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) em Uruguaiana, onde há criação de gado, é uma das mais antigas conhecedoras dos problemas que o annoni pode causar. As primeiras sementes oriundas da África que chegaram ao Estado, em 1959, foram destinadas para as estações de Uruguaiana e Tupanciretã.
? O annoni é uma espécie dominante. Assim que entra na propriedade mata o campo nativo. É um alimento grosso, de difícil digestão, estraga os dentes dos animais. Sem falar que o gado fica desnutrido se consome o annoni ? descreve o agrônomo da Fepagro Uruguaiana Djair José Tomazzi.
Conforme Tomazzi, a melhor alternativa encontrada até o momento foi a implantação do sistema silvipastoril (integração entre pastagem, criação de gado e plantação de eucaliptos). Nos três anos em que a Fepagro Uruguaiana desenvolve a técnica, conseguiu diminuir a incidência de capim annoni em 70%.