Para a CNA, 2010 foi um ano de recuperação dos preços agrícolas pós-crise financeira de 2008. A projeção é de que o PIB do agronegócio feche em 7%, e as exportações dos produtos agropecuários rendam mais de US$ 76 bilhões. Para o próximo ano, a previsão é de um cenário positivo desde que a China tenha um crescimento superior a 8%. É que se o PIB do país asiático for menor, há o risco de o preço das commodities agrícolas despencar.
Um estudo da CNA encomendado à Fundação Getúlio Vargas revela um dado preocupante. Apenas 4% das propriedades rurais são responsáveis por 70% da produção de alimentos. Isso significa que mais de quatro milhões de propriedades produzem muito pouco ou nada.
A presidente da CNA diz que algo precisa ser feito para reverter essa situação.
? Nós precisamos atualizar a política agrícola brasileira, não só o crédito. O crédito é só um componente da política agrícola. Embora disponibilizado, o produtor não consegue tomar o crédito oficial hoje pelos riscos que se encontra e o crédito privado pelos riscos que o setor representa estão fugindo do setor. Então, é uma política agrícola ampla que vem a dar sustentabilidade aos preços ? explica a senadora.
A possibilidade de indicações políticas em cargos antes ocupados por técnicos do Ministério da Agricultura também preocupa a instituição representativa dos produtores rurais.
? Eu fico bastante pesarosa de que a primeira presidente mulher do Brasil possa estar montando um governo com tanta pressão partidária. A manutenção política e o apoio político são essenciais, mas as cargas técnicas que devem ser colocadas, pessoas preparadas, com inteligência que o Brasil possui, estarem sendo divididos partidariamente é lamentável para a própria presidente ? critica Kátia.
A presidente da CNA também lamentou o fato de a proposta do Código Florestal ter ficado para ser decidida no ano que vem pelo Congresso Nacional.