O produtor Luis Gonzaga Santana, 48 anos, cultiva cinco hectares de fumo na localidade de Linha Cabral, interior de Criciúma, e acredita ter perdido 20% dos 11 mil quilos de fumo que pretende colher até o dia 25 de dezembro.
? A umidade também prejudica o fumo que está na estufa. Daqui para frente, se firmar o tempo, o cara consegue tirar uma boa produção ? diz, ainda otimista.
Vizinho de Santana, o produtor Agenor Formanski, 53 anos, calcula ter perdido 30 mil (29%) dos 105 mil pés de fumo cultivados em sete hectares de área. De acordo com o fumicultor, a lavoura semeada em julho tinha bom desenvolvimento até outubro, quando as chuvas se intensificaram.
Alguns pés foram atingidos pela esclerotínea, doença que ataca o caule e seca a planta. Outros foram afetadas por uma doença conhecida pelos produtores como ferrugem, devido ao nitrogênio aplicado na lavoura.
? Sapecou tudo, mas também perdi uma estufada ? conta Agenor, que colhia, nessa quarta, parte da produção.
Perdas totais em lavouras de Içara
Segundo o coordenador técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), filial de Araranguá, Guido Ripllinger, as perdas ainda são contabilizadas de forma isolada e não podem ser estimadas em relação aos 35 mil hectares de área plantada no Sul do Estado.
Ripplinger explica que os prejuízos podem estar restritos as áreas com maior influência da umidade, diferentemente das lavouras localizadas em área arenosas, como no Vale do Araranguá.
Por outro lado, o coordenador espera confirmar perdas totais em lavouras localizadas no interior de Içara (Poço 3, Linha Candiotto, Terceira Linha), que foram atingidas por uma pancada de granizo nessa quarta.