A consultoria Datagro realizou levantamento que mostra que a comercialização da safra 2021/22 da soja brasileira apresentou avanço satisfatório em março deste ano, alcançando 55% da produção esperada até a última sexta-feira (1º). Mesmo assim, permaneceu abaixo dos 71,5% do fluxo recorde da safra 2019/20 e também da média de 58,6% dos últimos cinco anos.
Contudo, os negócios andaram melhor do que em janeiro e fevereiro. Houve incremento mensal de 9,0 pontos percentuais, superior ao mês anterior, quando registrou avanço de 6,9 p.p., ficando acima também do padrão normal de avanço para o período – 8,2 p.p. “O movimento foi beneficiado pela nova alta generalizada dos preços em março”, destaca o coordenador de Grãos da consultoria, Flávio Roberto de França Junior.
Considerando a previsão atual da safra 2021/22, revisada para 125,11 milhões de toneladas pela Datagro, os sojicultores brasileiros negociaram, até a data analisada, 68,81 mi de t. Em igual período do ano passado, esse volume de produção negociado estava muito maior em termos relativos e absolutos, chegando a 92,45 mi de t.
Safra 2022/23
A análise da consultoria também mostra que 6,9% da produção estimada da oleaginosa da safra 2022/23 está comprometida comercialmente, avanço de 1,7 p.p. na comparação com o levantamento anterior. Entretanto, o fluxo está aquém dos 8,4% da média dos últimos cinco anos e bem abaixo dos 12,8% em igual momento de 2021.
“Essa postura conservadora está ligada à insegurança dos produtores sobre o nível tecnológico que será possível adotar nesta próxima safra, além da alta nos custos por conta das restrições no mercado de fertilizantes em função do conflito entre Rússia e Ucrânia”, analisa França Junior.