Um dos eventos mais importantes da sojicultura nacional, a Abertura Nacional da Colheita da Soja, chega a sua 9ª temporada cheio de novidades. Uma delas é que pela primeira vez o evento da colheita acontecerá na fronteira agrícola do Matopiba, em Luís Eduardo Magalhães (BA), no dia 4 de fevereiro. O evento terá formato conectado e multiplataforma, com transmissão ao vivo para todo o país a partir das 9h (Brasília).
O palco para a grande festa já está sendo preparado, garantiu o anfitrião e presidente da Aprosoja-Bahia, Alan Juliani.
“Estamos muito felizes em sediar esse grande evento, pois podemos mostrar ao restante do país o nosso potencial, nossas tecnologias, a produtividade e tudo que o oeste da Bahia e o Matopiba conseguem fazer em relação à soja. Todos aqui estão muito entusiasmados e ansiosos por receber um evento dessa grandeza, pois isso traz uma visibilidade maior do nosso trabalho”, diz ele.
Entre os grandes atrativos para a sojicultura, Luís Eduardo Magalhães, ou LEM, para abreviar, possui uma topografia bastante adequada para a soja, pois é bastante plana. Por lá, a maior oferta de água, garante que algumas lavouras possam ser irrigadas, trazendo maior produtividade à soja. Hoje, é reconhecida como a capital baiana do agronegócio.
História de LEM
A história da cidade não é tão antiga assim, já que surgiu em meados do final da década de 1980, segundo o IBGE, ainda como povoado de Mimoso do Oeste, com a chegada de alguns desbravadores vindos do Sul do país, atraídos justamente pela imensas terras planas e proximidade com duas importantes rodovias na época, a BR-24 e a BR-020.
Até 1998, o distrito de Mimoso do Oeste, subordinado ao município de Barreiras, mudou seu nome e passou a ser conhecido como Luís Eduardo Magalhães, em homenagem ao filho do Senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 21 de abril de 1998.
Mas essa foi a primeira mudança de uma localidade que já andava sozinha, graças à agricultura. Em dois anos, já em 2000, o distrito conseguiu enfim se elevar à categoria de município com a denominação de Luís Eduardo Magalhães, pela Lei Estadual n.º 7.619, de 30/03/2000.
Soja em LEM
Apesar de os primeiros desbravadores já terem plantado soja desde a época de Mimoso do Oeste, os primeiros dados captados pelo IBGE na região só ocorreu em 2001, quando a renomeada e separada cidade de Luís Eduardo Magalhães já colhia há tempos os frutos da produção da soja.
Em 2001, o levantamento do IBGE mostrava que por lá já se cultivava um total de 150 mil hectares de soja. Atualmente, a área com a oleaginosa ocupa um total superior a 177 mil hectares e a produção estimada já ultrapassa a casa das 680 mil toneladas por ano.
Bahia e Matopiba
Apesar de Luís Eduardo Magalhães não ser a maior cidade produtora de soja na Bahia (perde para Formosa do Rio Preto planta 403 mil hectares, São Desidério 384 mil hectares e Barreiras 185 mil hectares), ela é considerada a capital do agronegócio do estado.
Para a Aprosoja Bahia, a escolha da cidade para sediar a Abertura Nacional da Colheita da Soja Safra 2020/2021, é uma conquista não só da Bahia, como de todo o Matopiba, que conta os dias para receber a grande festa.
“Claro que a nossa vontade era colocar mais de mil pessoas para acompanhar ao vivo na fazenda e a gente ia conseguir facilmente até mais que isso. Pois todos estão orgulhosos de o Matopiba receber a festa e todos comparecem a eventos assim. Mas infelizmente poucos poderão estar ali, mantendo a recomendação de distanciamento social. Então, respeitando todas as medidas de segurança e protocolo do estado, vamos ter esse evento no formato conectado e multiplataforma”, afirma Juliani.
Segundo a perspectiva da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a safra de soja 2020/2021, a Bahia deve produzir um total de 6,4 milhões de toneladas de soja, e todo o Matopiba mais de 16 milhões de toneladas, ou seja a região é responsável por quase 12% de toda a soja produzida no país.
Festa e detalhes
Pela primeira vez em nove anos, a cerimônia simbólica da colheita da soja será realizada em fevereiro, uma adaptação necessária para contornar o atraso do plantio, devido a falta de umidade.
“Os produtores foram muito conscientes e não se arriscaram em plantar no pó. Aguardaram a chegada da umidade para dar a largada na maior safra de soja de todos os tempos. Então é natural que a colheita também atrase um pouco, fato que não diminuirá a beleza dessa cerimônia”, diz o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz.
Por conta da pandemia do coronavírus, o evento terá um formato bastante inovador, assim como foi com a Abertura Nacional do Plantio da Soja: conectado e multiplataforma, interligando palestrantes, convidados, participantes e a equipe do Canal Rural cada um em sua localidade, ou seja, nos estúdios da televisão, na fazenda onde se fará o evento e nas empresas. Não será possível acompanhar o evento presencialmente, respeitando as regras de distanciamento social.
Máquinas no campo e palestras
O novo formato do evento manterá a tradição e fará o famoso enfileiramento de colheitadeiras, que neste ano contará com as verdinhas da John Deere. Algumas autoridades devem ser os operadores destas máquinas, fato que também já ficou marcado na história do evento.
Mas antes desta festa final, os produtores poderão acompanhar uma série de painéis com informações fundamentais para o negócio da soja.
O tema deste ano será “Vendas de terras para estrangeiros, desafios de mercado, questões tributárias, tecnologias e o clima para a colheita”.
Alguns palestrantes já confirmaram presença:
Painel 1
Como ficará o mercado da soja nesse período de colheita?
1- Liones Severo, dir. da SimCosult
2- Étore Baroni, consultor da Stonex
3- Luis Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado
4- Matheus Pereira, sócio-diretor da Pátria Agronegócios
Painel 2
Vendas de terras para estrangeiros e os impactos dessa liberação
1- Rudy Ferraz- consultor jurídico da CNA
2- Aprosoja Brasil
3- Alan Juliani, presidente da Aprosoja Bahia
Painel 3
Premissas e impactos da reforma tributária para o agronegócio
1- Renato Conchon, coordenador de assuntos econômicos CNA
2- Aprosoja Brasil
Clima
Durante todo o evento, o diretor da Somar Meteorologia, Paulo Etchichury, vai passar as previsões para cada uma das regiões do país.
Onde assistir e como participar
Os produtores poderão acompanhar tudo onde estiverem, através da televisão, do site, do Facebook e Youtube do Canal Rural. E, também poderão participar enviando perguntas pelas redes sociais, que serão lidas ao vivo durante a celebração.
Como dito, esta é a primeira vez que um grande estado do Matopiba é escolhido para sediar o maior evento da sojicultura do Brasil, a Abertura Nacional da Colheita, que já recebeu presidentes da república, ministros da Agricultura e muitos líderes de governos estaduais.
“Estamos muito orgulhosos de receber este importante evento e ter a oportunidade de mostrar um pouco da nossa realidade, da nossa pujança, dos atrativos e da nossa produção crescente. Mesmo não podendo ter um evento presencial, faremos uma festa para ficar marcada na história”, diz o presidente da Aprosoja Bahia, Alan Juliane. sojicultura.