Com a estiagem no Sul do Brasil e na Argentina, os preços da soja em Chicago podem chegar aos 15 dólares por bushel. A abertura do pregão em Chicago nesta quarta-feira (14), aliás, já mostrou a cotação próxima aos 14,80. O contexto, na opinião do consultor em agronegócio Carlos Cogo, abre espaço para que o produtor venda o grão de forma antecipada.
“Por enquanto, o produtor comercializou muito pouco. Estamos com menos de 1/3 da safra vendida. Nesta época, normalmente já temos cerca de 45% da soja vendida. Há muita incerteza no mercado quanto à taxa de câmbio e o clima […]. Os Estados Unidos estão vendendo bem para a China, com boas posições de venda […]. É uma boa hora para aproveitar para aquele que tem incerteza com o câmbio, pois pode fazer a fixação em dólar para o primeiro semestre de 2023″, afirma.
Segundo ele, a China está voltando a comprar o grão após ter recuperado o rebanho de suínos. “Neste momento, está comprando, claro, dos Estados Unidos, que está colhendo a sua safra, que também sofreu uma quebra [como o Brasil em 21/22]. A China também está comprando da Argentina, que lançou novamente o programa dólar soja, que já fez com que escoasse em dez dias mais de três milhões de toneladas”, explica.
Cogo também destaca que a Argentina está importando soja para cumprir contratos de exportação de derivados de óleo e farelo. “O Brasil entrará com uma cadência [de exportação] muito forte no primeiro trimestre de 2023”, acredita.