A assinatura ocorreu durante a 17ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados, realizada na sede do Ministério da Agricultura. O convênio prevê investimento das duas instituições na ordem de R$ 2,9 milhões. Está previsto o atendimento de 800 vinícolas formais e apoio a formalização de 1,3 mil empresas.
Para o diretor executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Paviani, a parceria representa importante passo para ampliar e tornar mais competitivo o vinho nacional, assim como o suco de uva e os espumantes.
? A vitivinicultura é um dos setores que mais cresce e que gera emprego e renda. São cerca de 100 mil empregos diretos. A produção, que antes era centralizada apenas na região Sul, já tem se tornado presente em quase todo país ? afirma.
O objetivo do convênio é capacitar, disseminar informações e orientar as empresas que elaboram vinhos, espumantes e sucos de uvas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco e Bahia.
Há mais de um ano, o Sebrae vem trabalhando para estruturar a carteira de vitivinicultura. O planejamento plurianual da instituição prevê a execução de sete projetos no setor em quatro estados.
Para o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, o aumento da comercialização do vinho nacional irá consequentemente impactar positivamente nos demais resultados previstos pelo programa. Ainda segundo Carlos Alberto, a pouca tradição de consumo de vinho nacional pela população e a alta concorrência dos vinhos importados são alguns dos entraves do setor, oriundos de questões tributária e econômica.
O diretor citou as compras governamentais, previsto no capítulo V da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, como uma das alternativas para ampliar o mercado e consumo do vinho nacional. Para exemplificar a representatividade das micro e pequenas empresas na compras governamentais, o diretor citou que, em 2009, 210 mil dessas empresas forneceram produtos ou serviços para o governo, gerando volume de negócio de R$ 14,6 bilhões.
? O Itamaraty, por exemplo, só oferece vinho brasileiro em suas recepções. É uma medida simples que faz grande diferença. É grande o poder de compra dos parceiros e demais órgãos do governo ? disse o diretor.
Ele anunciou que o Sebrae adotará essa medida de oferecer vinho de produção nacional nos seus eventos. Para ele, o convênio vem para fortalecer a indústria nacional de vinho.
? Ao atingir as metas estabelecidas, criaremos outras ? planeja.
O produtor José Gualberto de Freitas Almeida, do Vale do São Francisco, no semi-árido nordestino, tem o governo como um dos seus grandes clientes. Isso porque o Estado de Pernambuco oferece em suas festas somente vinhos produzidos na região. Para Gualberto, o setor ainda tem muito que avançar.
? A carga tributária é elevada, diferentemente dos outros países. É também preciso quebrar o preconceito que existe entre os próprios brasileiros com relação ao vinho nacional ? ressalta.
Além dele existem na região mais seis vinícolas, sendo duas de origem estrangeira. Segundo ele, 15% da produção do vinho nacional produzido vem do Vale do São Francisco.
Além de aumentar a comercialização do vinho nacional, o programa visa a capacitação de empresas envolvidas, melhorar a imagem do vinho brasileiro no mercado interno, facilitar o acesso às informações de mercado para as pequenas e médias vinícolas, entre outras ações.
Para alcançar esses resultados serão desenvolvidas três tipos de ações: as ações estruturantes, como a realização de diagnósticos e caracterização das regiões vitivinícolas brasileiras, identificação e caracterização de roteiros de enoturismo no Brasil e sensibilização para implementação do Cadastro Vinícola Nacional.
Outra ação é a gestão do conhecimento, que prevê produção e publicação de material informativo e realização de seminários setoriais regionais. A terceira ação é voltada para inovação e tecnologia.