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Crise internacional ameaça mercado futuro de commodities no país

Representante da CNA estima queda de 5% na produção nacional de grãosA saída das tradings do sistema de financiamento agrícola reduziu de forma significativa o volume da safra vendida antecipadamente. Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), menos de 20% da safra 2008/2009 foi vendida até o momento, ante 45% na média geral em igual período de anos anteriores.

No Rio Grande do Sul, o ritmo não é diferente. Os negócios futuros não chegam a 10%, segundo a corretora Brasoja. É o que vem acontecendo entre os produtores que cultivam 340 mil hectares em 35 municípios da região de abrangência da Cotrijuí, de Ijuí, onde o percentual vendido da nova safra não ultrapassa 5%, ante os 15% históricos no período.

? O agricultor vende antecipadamente para travar o custo de produção da lavoura, mas neste cenário de dificuldade de acesso ao crédito é temeroso fazer negócios a longo prazo, com preço fixo para daqui a seis, sete meses ? explica Romeu Orsolin, diretor comercial da Cotrijuí.

Segundo Antônio Sartori, diretor da Brasoja, os negócios no Estado estão praticamente paralisados desde julho, quando o bushel (27,21 quilos) atingiu pico em Chicago, acima de US$ 16, bastante superior aos atuais US$ 9 praticados durante a semana para contratos com vencimento em maio de 2009.

Com a atual retração da oferta de crédito por causa das fortes oscilações dos preços das commodities no mercado internacional, o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner, acredita que deve haver queda de 5% na produção nacional.

Para tentar evitar o recuo na produção de alimentos, o governo federal anunciou cerca de R$ 9 bilhões extras para financiamento que começam a chegar aos bancos em novembro. E antecipou R$ 5 bilhões que seriam aplicados pelo Banco do Brasil somente a partir de 2009.

Na opinião do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura Guilherme Leite Dias, é um esforço sem efeito. Professor da Universidade de São Paulo (USP), Dias é categórico ao afirmar que não adianta injetar mais recursos no financiamento rural

? Não adianta liberar recursos. Com o risco elevado, você acha que os bancos vão emprestar para os produtores rurais? ? questiona Dias.

O economista lembra que as perspectivas mudaram muito desde o início da crise nos Estados Unidos e atualmente há “uma grande dúvida” sobre a rentabilidade da atividade agrícola no próximo ano, o que fez os bancos pisarem no freio do crédito rural.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, minimizou as críticas feitas pela CNA. Para Stephanes, há um jogo de pressão sobre o governo:

? Há até certo ponto uma pressão de empresas que detêm grandes estoques de fertilizantes que adquiriram a valores elevados.

Na opinião do ministro, os preços caíram no mercado internacional e as indústrias não desejam repassar para o mercado interno.

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