A safra 2022/23 de soja está prestes a terminar. Agora, ficar atento aos custos de produção é fundamental para fechar as contas no positivo.
O chamado Break Even Point ou “ponto de equilíbrio” é o número que informa o quanto o produtor necessita vender para cobrir suas despesas.
De acordo com o consultor em agronegócio Carlos Cogo, o cálculo é feito com base no custo operacional efetivo, ou seja, tudo o que é desembolsado com fertilizantes, sementes, defensivos, mão de obra, combustível, manutenção de maquinário e da propriedade.
“Se o produtor conhece esse patamar, seja ele de 45 sacas por hectare, por exemplo, e a produtividade é de 65 sacas por hectare, ele sabe que ao chegar a 45 sacas, esse é o ponto em que, com aquele preço que o mercado está praticando, pode começar a fazer vendas antecipadas”, explica.
Com o número em mãos, Cogo lembra que o produtor pode decidir o momento em que vai fazer a aquisição dos insumos, podendo, também, estabelecer uma meta de resultados para a sua fazenda.
Custos da próxima safra para a soja
Utilizando o município de Sorriso, em Mato Grosso, como referência, o consultor destaca que o produtor precisou, em média, de 56,4 sacas de soja para cobrir o seu custo operacional efetivo nesta safra 2022/23. O patamar esteve muito acima do registrado nas temporadas anteriores, como mostra a imagem:
“Como a média da região é de 65 sacas de soja, sobra em torno de oito a nove sacas para o produtor”, enfatiza Cogo, lembrando que a estimativa para a próxima temporada é bem mais positiva, podendo atingir 46,1 sacas.
Projeção para o milho segunda safra
Tendo Sorriso (MT) como referência, o consultor em agronegócio mostra que, para o milho, foram precisas 105,4 sacas para cobrir os custos de produção da safra atual, sobrando cerca de 15 sacas de lucro ao produtor.
Incluindo a soja e o milho, Cogo destaca que a safra 22/23 apresentou o ponto de equilíbrio mais negativo da última década.
“A boa notícia é que esse Break Even cai novamente e, para a soja, vai deixar uma margem de cerca de 20 sacas ao produtor e no caso para o milho segunda safra, pode sobrar em torno de 25 sacas, voltando para patamares próximos às médias históricas”.
Segundo ele, o cenário favorável para a próxima safra se deve ao fato de os custos de produção estarem caindo mais do que os preços de venda dos grãos estão recuando. “Isso projeta margens melhores para a próxima temporada”, conclui.