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Soja Brasil

'Royalty na soja é fundamental para continuidade de investimentos', diz diretor da Bayer

Entidades do setor lançaram clube de inovação para discutir os desafios para os próximos dez anos na produção da oleaginosa

A soja brasileira se consolidou como uma potência agrícola na última década, transformando a realidade de milhares de produtores. Para garantir que o grão siga esse caminho de sucesso, discutir os desafios para os próximos anos com todos os elos da cadeia é fundamental.

Esse é o objetivo do Grupo de Inovação Soja, iniciativa que conta com a participação de 48 entidades de todo o país, como a Bayer. De acordo com o diretor de Negócios de Soja e Algodão da empresa, Fernando Prudente, a ação vem da necessidade de união dos atores responsáveis pelos altos níveis produtivos da oleaginosa.

“A iniciativa é: aproveitar essa força que a gente já tem, que já existe, e criar uma estrutura, um guarda-chuva, que chamamos de Clube da Inovação Soja para que seja uma coalização para defender inovação, tecnologia e sustentabilidade na cultura da soja no Brasil”, destaca.

Desafios para a próxima década

Nos próximos dez anos, a área plantada com soja no país deve aumentar aproximadamente 24,4%, chegando em 51,5 milhões de hectares, especialmente em estados do Centro-Oeste e Nordeste. Já a produção pode atingir cerca de 180 milhões de toneladas. Os dados provém do estudo “Projeções para o Agronegócio”, feito pelo Mapa em parceria com Embrapa e Universidade de Brasília.

Para alcançar esses índices, os desafios são muitos, como a recuperação de áreas degradas, o lançamento de novas cultivares resistentes a pragas e a mitigação dos efeitos da estiagem na lavoura.

Entre as questões que também preocupam os membros do Clube é a segurança jurídica do setor. Empresas que lançam biotecnologias enxergam a manutenção do pagamento de royalties como essencial para continuar investindo no país.

“O Brasil aprovou o marco regulatório na década de 1990 que deu segurança para todas as empresas, não só a Bayer, que pudessem investir e continuar investindo e tinham certeza, segurança desse retorno de investimento. Então a defesa da propriedade intelectual traz segurança jurídica para qualquer empresa continuar investindo no mercado brasileiro”, acredita Prudente.

Defesa de royalties na soja

seta formada com soja apontando para notas de 50 reais - preço da soja
Foto: Daniel Popov/ Canal Rural

O alto investimento no lançamento de uma nova biotecnologia resistente às principais pragas que atacam a soja é o principal argumento das empresas. Eestima-se que do início do desenvolvimento da semente até o registro no mercado sejam gastos em torno de 115 milhões de dólares.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Sementes de Soja (Abrass), Gladir Tomazelli, a segurança jurídica é uma necessidade para todos. “É para quem provém a biotecnologia, para quem provém a genética, para quem planta, para quem multiplica. É de vital importância para o avanço das tecnologias para todos os elos da cadeia. Então todos nós devemos fazer o nosso papel de produzir dentro da legalidade para que todos os elos da cadeia tenham a possibilidade de ganhar com essas tão avançadas ferramentas”, declara.

A quebra de patentes na Argentina tem servido de alerta às entidades que compõem o Clube da Inovação Soja. “O Brasil seguiu e segue esse caminho de defesa de propriedade intelectual. Na Argentina foi o contrário. Eles não conseguiram acertar toda a cadeia e hoje várias empresas saíram daquele mercado por não ter essa segurança”, completa Prudente, da Bayer.

Por aqui, as empresas já começam a preparar as sementes que serão utilizadas pelos produtores no final da próxima década, sempre ampliando o espectro de ação de resistência a novas pragas e defensivos. Contudo, desafios ainda persistem, como biotecnologias resistentes a percevejos, variedades que não se concentrem apenas no aumento de produtividade, mas, também, no incremento de proteína e óleo do grão.

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