Com base no maior valor apurado para a cesta em dezembro, de R$ 237,58, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,29 vezes superior ao piso em vigor no período, de R$ 465.
Em novembro de 2009, o salário mínimo necessário era bem maior, equivalendo a R$ 2.139,06, ou seja, 4,60 vezes o mínimo vigente. Em dezembro de 2008, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.141,08, o que representava 5,16 vezes o mínimo daquele período, de R$ 415,00.
O Dieese avaliou também que a predominância de queda nos preços dos produtos básicos em todas as cidades pesquisadas, tanto no comportamento mensal como no ano de 2009, fez com que o tempo de trabalho necessário para a aquisição da cesta básica, na média das 17 localidades que fizeram parte do levantamento, fosse, em dezembro, menor que em novembro e que em dezembro de 2008. Para comprar uma cesta de produtos alimentícios no último mês de 2009, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir uma jornada de 95 horas e 20 minutos, inferior às 98 horas e 58 minutos exigidas em novembro e às 115 horas e 44 minutos necessárias em dezembro de 2008.