O clima dá e tira. Foi assim com a produção de soja em três estados que sofreram com a estiagem na safra 2021/22.
No Paraná, um dos mais afetados pelo fenômeno La Niña, no intervalo de apenas uma temporada, a produtividade do grão saltou quase 80%, conforme o 9º Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (13).
Isso porque no ciclo 2021/22, os produtores paranaenses colheram apenas 12,2 milhões de toneladas da oleaginosa. O rendimento médio foi de somente 2,161 kg por hectare (36 sacas).
Agora, em 2022/23, a história tem sido outra. O estado retoma a vice-liderança na produção (posto que frequentemente alterna com o Rio Grande do Sul) e deve colher 22,3 milhões de toneladas. Assim, os resultados são 82,7% superiores.
Na produtividade, o estimado é que atinja 3,860 kg/hectare, ou seja, 64,3 sacas de soja. Todos esses resultados positivos estão sendo atingidos com um aumento de área de apenas 2,3% entre uma safra e outra. Desta forma, o cultivo do grão saltou de 5.668,8 para 5.799,2 milhões de hectares.
Soja em Mato Grosso do Sul
Ainda que historicamente o Centro-Oeste sofra menos com déficit hídrico, o Mato Grosso do Sul não passou impune pelo La Niña em 2021/22. No entanto, se recuperou nesta safra. Basta ver os números:
- Produção:
Passou de 8.932,7 para 14.054,3 milhões de toneladas: crescimento de 57,3%
- Produtividade:
Foi de 2.513 (41,8 sacas) para 3.723 (62 sacas): elevação de 48,1%
Esses índices foram atingidos em uma área 6,2% maior em 2022/23 se comparada à safra 2021/22, ou seja, de 3.554,6 para 3.775,0 milhões de hectares.
Resultado gaúcho
Outro estado que sofreu muito com a produção e rendimento da soja na temporada 2021/22 foi o Rio Grande do Sul. Também houve quebra de safra em 2022/23, porém, menos intensa.
Por lá, enquanto os sojicultores produziram apenas 9.111 milhões de toneladas no ciclo anterior, neste são projetados 14.513 mi/ton, alta de 59,3%. Quanto à produtividade, espera-se resultado 54,5% superior:
- De 1.433 para 2.214 kg/hectare (23,8 sacas para 36,9 sacas).
No entanto, o aumento de área no Rio Grande do Sul foi superior ao paranaense, com acréscimo de 3,1%, indo de 6.358 para 6.555,1 milhões de hectares, ou seja, o inimigo do produtor gaúcho foi, mais uma vez, o clima.
Com a colheita da soja praticamente finalizada, chegando a 99,9% da área semeada, a estimativa é de um volume de 155,7 milhões de toneladas. O resultado supera em 24% a produção da temporada passada, com cerca de 30,2 milhões de toneladas colhidas a mais.