O Brasil irá colher uma nova safra recorde de soja de 135,5 milhões de toneladas, aponta o 7º levantamento (são 12 no total) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esta nova estimativa mostra uma leve ampliação em relação aos 135,1 milhões de toneladas previstos em março. Um fato curioso é que dos 20 estados acompanhados pela Conab, apenas 3 não devem quebrar seus recordes estaduais.
A área plantada com soja ocupou 38,4 milhões de hectares no Brasil nesta safra 2020/2021 (recorde), ou seja, 4,1% maior que a área de 36,9 milhões de hectares da temporada passada.
A produtividade média nacional foi estimada em 58,7 sacas por hectare (recorde), um aumento de 4,3% ante as 56,3 sacas por hectare da temporada anterior.
Isso tudo levou a produção desta que será a maior safra de soja já colhida na história, com 135,5 milhões de toneladas, ou seja, 8,6% maior que a anterior. Para se ter uma ideia, esse foi o maior aumento entre safras desde 2015/2016 e 2016/2017, quando o país ampliou em 20,2% a produção (de 95,6 para 115 milhões de toneladas).
“A colheita ganhou maior ritmo nas últimas semanas de março, com o tempo seco em alguns estados e, naqueles onde continuou chovendo, foi possível avançar no trabalho durante os períodos de tempo aberto, diminuindo a defasagem do atraso em relação aos anos normais.”
Poucos não irão bater o recorde estadual
Outro fato curioso, mas facilmente explicável, é que apenas três estados não devem bater seus recordes individuais este ano.
Mato Grosso, talvez seja o mais importante nesta lista, por se tratar do maior produtor de soja do país. Segundo o novo levantamento da Conab, o estado pode colher um total de 35,7 milhões de toneladas, que é um pouco mais do que a entidade previa em março (35,6 milhões de toneladas), mas ainda é menor que o recorde de 35,8 milhões de toneladas registrado na safra passada.
“Com a umidade elevada dos grãos, já há algumas semanas, em alguns pontos do Mato Grosso e do Norte/Nordeste do país, os problemas de qualidade têm se avolumado. Além disso, a quantidade concentrada de soja saindo do campo com a umidade elevada tem causado filas de caminhões nos pontos de recebimento, com a padronização dos lotes demandando mais tempo que o normal.”
Outro importante estado também não deve quebrar seu recorde individual, o Paraná. A conab acredita agora que o estado possa colher algo em torno de 20,1 milhões de toneladas de soja, um pouco menos que a previsão de março (20,2 milhões de toneladas), e bem atrás do recorde de 21,5 milhões de toneladas de 2019/2020. Ainda assim, como o Rio Grande do Sul não teve sua estimativa alterada (20 milhões de toneladas), os paranaenses podem seguir como 2º maior estado produtor de soja do país.
“No Paraná, devido ao atraso no plantio (estiagem), a colheita também se encontra atrasada, operação que deverá ter sua conclusão em abril. As primeiras colheitas, no início de fevereiro, apresentaram grande percentual de grãos ardidos, comprometendo a qualidade da produção.”
Para fechar a lista de quem não irá bater o recorde, aparece o Amapá, com a produção de 59,3 mil toneladas, exatamente igual ao recorde anterior.
Confira a tabela abaixo com todos os números da Conab: