O presidente da Altus, Luiz Gerbase, imagina que esse deve ser o maior contrato mundial de automação.
Um dos diferenciais da Altus para vencer a licitação da Petrobras foi percentual de conteúdo nacional. O edital exigia 10% na primeira e 80% na última plataforma. A empresa ofereceu 90% desde o início. Para chegar a 100% só faltam chips, diz Luiz Gerbase.
? É muito significativo para nós. Não só pelo valor, mas pelo que representa para a indústria nacional de tecnologia e de equipamentos. Temos gente capaz de fazer produtos com essa sofisticação, como só se faz na Alemanha e nos Estados Unidos.
Com trabalho para os próximos seis anos ? a última das plataformas deve estar pronta até 2017 ?, a Altus já foi convocada pela parceira estatal para também desenvolver soluções para equipamentos submarinos.
Grupo hi-tech
A Altus é uma das três empresas integrantes da Participações em Inovação e Tecnologia (Parit).
A holding tem 76% de capital do Rio Grande do Sul e 24% do BNDES e também abriga a Teikon, que fabrica componentes ? inclusive placas-mãe ?, e metade da HT Micron, parceria com a coreana Hana Micron para encapsular semicondutores (chips).
Mesmo precisando com rapidez de pessoal qualificado, empresa não se preocupa com a contratação de técnicos eletrônicos e de automação e engenheiros elétricos e eletrônicos. Mais de mil pessoas já se apresentaram para disputar as 80 vagas no Tecnosinos ? sede da empresa ? e na filial de Macaé (RJ).
Visão de futuro
Poucos fabricantes no mundo detêm a tecnologia desenvolvida pela Altus. A China, por exemplo, produz controladores, mas apenas para aplicações menores.
Para quem se surpreende com o fato de que o Estado do Rio Grande do Sul possa ter vantagem competitiva frente à China, o presidente explica que a Altus começou há mais de 15 anos, quando nem se suspeitava da existência do pré-sal.
? Só estamos nesse time porque começamos a produzir para a Petrobras há muito tempo. E hoje estamos homologados para o desafio que é o pré-sal ? define.