As principais organizações empresariais propõem gerar um debate em nível nacional e tentam superar, assim, a rejeição do Executivo, que vê na geração destes combustíveis um risco para a segurança alimentar.
? A Bolívia deve ver esta forma de energia como uma oportunidade e não como uma ameaça ? afirmou o coordenador do projeto de biocombustíveis do Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Juan Carlos Lijerón.
Segundo os dados deste instituto, a produção adicional de matéria-prima para biocombustíveis criaria mais de 100 mil postos de trabalho diretos e indiretos nos diferentes setores produtivos em um prazo máximo de 10 anos e sem agredir o meio ambiente.
O IBCE, junto com a Câmara de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo de Santa Cruz (Cainco), está tomando uma série de iniciativas para promover a produção de “agroenergia”, na qual a Bolívia é um dos países mais pobres da América Latina “sob critérios de sustentabilidade”.
? Os biocombustíveis gerados com racionalidade poderiam ser uma efetiva contribuição à diminuição do aquecimento global e um instrumento eficaz para o desenvolvimento econômico da Bolívia ? defende o presidente do IBCE, Ernesto Antelo, para enfrentar as criticas do Executivo sobre esta forma de gerar energia.
O presidente boliviano reiterou em diversas ocasiões sua oposição ao uso de produtos agrícolas para fazer combustível pelos “perigos” que representa para a segurança da população, já que, segundo ele, este tipo de energia influencia na alta dos preços dos alimentos.
Segundo Morales, a produção de energia a partir de produtos agrícolas serviria para “alimentar a escória americana e não os famintos”, como disse em julho de 2007 em entrevista coletiva.
No entanto, os empresários sustentam que existem alternativas para gerar biocombustíveis e “simultaneamente produzir alimentos e melhorar as condições de vida das pessoas” para o que “seria preciso estabelecer disposições legais para regular” essa produção, defendeu o coordenador desta área do IBCE.