A fazenda Quinta da Estância Grande, no município de Viamão, já é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) pelas ações voltadas ao meio ambiente. A propriedade é um local destinado ao turismo pedagógico e também um santuário de proteção a várias espécies da natureza. Uma família de bugios vive solta na mata preservada, resultado de uma relação de confiança que começou há 30 anos com o sonho da professora aposentada Sônia Sittoni Goelzer de ter um local para educar os filhos próximos a terra. No início era apenas 1,5 hectare, hoje são 100, totalmente destinados ao aprendizado e a prática da preservação do meio ambiente.
Os visitantes podem conhecer o criadouro conservacionista, onde estão animais apreendidos pela polícia ambiental em operações de tráfico. O criadouro busca reproduzir o habitat natural das espécies e ainda permite que os visitantes se aproximem.
? A gente tenta passar a idéia que a gente faz parte do ambiente estando junto com eles. São animais calmos, tranquilos ? afirma a veterinária que monitora a fazenda, Andreia Dalmolin da Rosa.
A água, passa por tratamento biológico com raízes de junco, o que evita a contaminação do subsolo. A mata ciliar é preservada e todo lixo seco é reciclado. A empresária Andréia Pimentel da Silva veio até a Quinta Estância Grande buscar inspiração para implantar nos seus negócios uma gestão mais sustentável.
? Não é só um projeto ecológico é um projeto de vida e de consciência.
Outro exemplo de sustentabilidade, também em Viamão, é o hotel Villa Ventura. Onde era a propriedade da família, o executivo Samuel Silveira transformou em um resort. No local, o primordial é o cuidado com o meio ambiente. O lixo orgânico é utilizado para compostagem e o seco é reciclado. O que mais chama atenção é que o esgoto é tratado e reutilizado como fonte de irrigação para as plantas ornamentais.
? Antes, num processo convencional, se utilizaria fossa séptica, aqui usam reatores. As águas são conduzidas por esses reatores de forma separada de acordo com as claras cinzas e negras. São águas provenientes de pia, de cozinha, de pia, banho e vaso sanitário. Aproveitamos 100% desta água no nosso paisagismo ? explica Silveira.
Agora, além das plantas de paisagismo esse sistema está sendo testado em árvores frutíferas. A área ainda está em processo de teste para verificação se os frutos ficam próprios para o consumo humano. Outro investimento é recolher toda água da chuva que cai nos telhados em calhas e encaminhar para uma grande cisterna. Um lago, além de juntar a água da chuva, serve como viveiro para aves silvestres trazidas para pelo Ibama, após apreensões. Quando questionado sobre todos esses investimentos em sustentabilidade, Samuel Silveira não tem dúvida em responder:
? Estamos contribuindo para o futuro dos nossos filhos, dos nossos netos. Acho que todos deveriamo cuidar da natureza dessa forma.
Estas propriedades que passaram a investir em outro modo de vida fazem parte do Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade. E para cumprir essas metas não tem como descuidar do meio ambiente
– O consumidor está olhando cada vez mais para as empresas com relação a esses novos temas. E isso tem que ser entendido não como uma questão de filantropia, mas como uma questão de negócio. Eu vou ter mais rentabilidade, vou ter chance de crescimento se eu tiver o consumidor ao meu lado, querendo comprar de mim. Então eu, como negócio, preciso ter uma atitude que responde esse nível de preocupação que o consumidor tem hoje ? explica o coordenador do programa, Luiz Peierry.