O volume de recursos superou as expectativas de analistas e lideranças do setor agrícola. O valor destinado ao plano deve garantir mais da metade do total necessário para financiar a produção agrícola brasileira, e, inclusive, contribuir para uma safra de grãos maior no ano que vem. Para o presidente da Federação de Agricultura de São Paulo (Faesp), Fábio Meirelles, o plano deveria contemplar R$ 110 bilhões em crédito, mas o governo já deu um grande passo.
No entanto, é preciso garantir que este crédito chegue, de fato, nas mãos do agricultor. É o que alerta o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho que, apesar de elogiar o novo Plano Safra, lembra que ele não resolve problemas importantes do setor.
E não é só a burocracia dos bancos e os problemas estruturais do agronegócio brasileiro. Os analistas ainda alertam para um outro risco: o de queda nos preços agrícolas no mercado internacional. Se isso ocorrer, e as chances são grandes, segundo a RC Consultores, a renda do produtor rural pode não ser suficiente para pagar o financiamento do plano no futuro. Fábio Silveira, da RC Consultores, explica que os atuais preços das commodities não são reais, estão muito altos para um momento de recessão da economia. Portanto, vai ser preciso se planejar muito bem antes de buscar o financiamento.