O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu nesta terça-feira (12) os estoques domésticos de soja para a safra 2022/23 e elevou os de milho.
As reservas da oleaginosa norte-americana ao fim da temporada foram diminuídas de 280 milhões para 230 milhões de bushels (7,62 milhões para 6,26 milhões de toneladas).
Para o milho, o órgão estimou as reservas em 1,47 bilhão de bushels (37,34 milhões de toneladas), em comparação a 1,4 bilhão de bushels (34,54 milhões de toneladas) no mês passado.
Análise
Para o sócio-diretor da Pátria Agronegócios, Matheus Pereira, o documento trouxe um “banho de água fria” para o mercado. “Chicago já vinha empilhando quedas na sessão de hoje, o que foi intensificado após a publicação do relatório”, enfatiza.
Segundo ele, a consequência direta do cenário é uma redução no consumo mundial de soja, principalmente na China, o que se reflete tanto na atual safra quanto na temporada 2022/23.
“Tivemos uma redução de importação chinesa total de três milhões de toneladas, com um milhão reduzidas agora neste ano de 2022 e duas milhões já reduzidas na projeção para 2023″, conta.
Estoques globais de soja e milho
O relatório do USDA aponta para aumento de estoques globais de milho por consequencia da redução de demanda.
“Tanto a soja quanto o milho, no atual momento, no mercado internacional quanto no brasileiro, vem perdendo preço ao longo dos primeiros minutos pós-divulgação do USDA. Foram relatórios baixistas tanto para a soja quanto para o milho”.
Pereira destaca que todas as commodities agrícolas já vinham operando em queda nesta terça e o mercado passa pelo processo de “digestão” dos efeitos do relatório.