Estudo mostra que reserva legal prejudicará economia do país

Conforme a Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul, cenário para o agronegócio é preocupanteEstudo divulgado nesta segunda, dia 9, pela Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) mostrou um cenário preocupante para o agronegócio. Os técnicos da entidade apontaram que o impacto da redução de área agrícola por causa da reserva legal determinada pelo governo pode ser maior do que os prejuízos causados pela maior seca dos últimos tempos no Sul do país, ocorrida em 2005.

O anúncio foi feito em um encontro que reuniu políticos e as principais lideranças do setor comercial, agropecuário e empresarial gaúcho. Segundo o relatório da Farsul, a destinação de 20% da área das propriedades rurais como reserva legal vai trazer um impacto negativo para o Produto Interno Bruto do Estado. A queda no PIB seria de 7,6%.

? Isso ocorre porque o decreto vem pra ficar. Enquanto a estiagem é cíclica, essa norma impacta todo o Brasil. As indústrias e os serviços não têm como se adaptar. Em época de estiagem se pode trazer produtos de outros lugares, mas com o decreto não, porque não haverá de onde tirar produtos ? disse o assessor econômico da Farsul, Antonio da Luz.

De acordo com o estudo, a parte destinada à reserva legal, desconsiderando a região da Amazônia, seria de 101 milhões de hectares. É uma área duas vezes maior do que o espaço destinado à produção agrícola no país.

? É menos exportação. Neste ano já temos previsão de saldo negativo na balança comercial. Teremos também queda no balanço de pagamentos e provavelmente aquelas reservas internacionais que formamos desde 2001 em cima das exportações do agronegócio, que são um colchão para a crise internacional, certamente começarão a cair até zero ? acrescenta Luz.

Outro efeito negativo apontado pelos técnicos será o aumento do êxodo rural.

? O impacto é para todos os produtores, mas quem mais vai sofrer serão os pequenos porque não vão ter como sobreviver na área que vai sobrar para eles. Esse produtor não terá alternativa a não ser buscar abrigo nas regiões marginais das cidades ? concluiu o assessor econômico da Farsul.