O anúncio foi feito em um encontro que reuniu políticos e as principais lideranças do setor comercial, agropecuário e empresarial gaúcho. Segundo o relatório da Farsul, a destinação de 20% da área das propriedades rurais como reserva legal vai trazer um impacto negativo para o Produto Interno Bruto do Estado. A queda no PIB seria de 7,6%.
? Isso ocorre porque o decreto vem pra ficar. Enquanto a estiagem é cíclica, essa norma impacta todo o Brasil. As indústrias e os serviços não têm como se adaptar. Em época de estiagem se pode trazer produtos de outros lugares, mas com o decreto não, porque não haverá de onde tirar produtos ? disse o assessor econômico da Farsul, Antonio da Luz.
De acordo com o estudo, a parte destinada à reserva legal, desconsiderando a região da Amazônia, seria de 101 milhões de hectares. É uma área duas vezes maior do que o espaço destinado à produção agrícola no país.
? É menos exportação. Neste ano já temos previsão de saldo negativo na balança comercial. Teremos também queda no balanço de pagamentos e provavelmente aquelas reservas internacionais que formamos desde 2001 em cima das exportações do agronegócio, que são um colchão para a crise internacional, certamente começarão a cair até zero ? acrescenta Luz.
Outro efeito negativo apontado pelos técnicos será o aumento do êxodo rural.
? O impacto é para todos os produtores, mas quem mais vai sofrer serão os pequenos porque não vão ter como sobreviver na área que vai sobrar para eles. Esse produtor não terá alternativa a não ser buscar abrigo nas regiões marginais das cidades ? concluiu o assessor econômico da Farsul.